Governo Federal, parlamentares e médicos discutiram nesta terça-feira (27), na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, a falta de valorização dos médicos pediatras e a situação da pediatria no Sistema Único de Saúde (SUS) e nos planos de saúde complementar.
Segundo números divulgados pelos debatedores, atualmente, a maioria dos especialistas médicos são pediatras, mas ainda assim há uma carência em várias regiões do Brasil, principalmente por causa da má distribuição desses profissionais.
O deputado Antonio Brito (PTB-BA), que solicitou a audiência, destacou o consenso entre os participantes de que é necessário melhorar a remuneração e valorizar o médico pediatra. "Valorizando o pediatra, se diminui o custo no futuro, pois a criança pode deixar de adoecer [futuramente] com um bom tratamento pediátrico", afirmou.
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Planos de saúde
O representante da Agência Nacional de Saúde (ANS) na audiência, Teófilo José Rodrigues, destacou o aumento dos beneficiários de planos privados de saúde e a intensa fiscalização da agência nesse setor. Segundo ele, a principal preocupação é garantir o atendimento ao beneficiário.
Rodrigues ressaltou que a ANS suspende a comercialização de planos que não oferecem pediatria. "É uma punição que fere o bolso da operadora, e ela não pode comercializar o plano. Isso tem feito com que muitas operadoras modifiquem a sua forma de atuar ou melhorem esse atendimento para voltar a comercializar esse produto", declarou.
Capacitação
A coordenadora adjunta do Ministério da Saúde, Tatiana Coimbra, reconheceu que o ideal seria a distribuição igualitária de pediatras em todas as regiões do País, mas, como isso não é possível, o governo vem capacitando médicos para que possam atuar nesta área.
"Onde o pediatra estiver, se ele puder atender a criança, a gente sabe que ele é o profissional mais adequado. Porém, existem médicos de família que também atendem muito. Eles têm condições de fazer esse atendimento", disse Tatiana Coimbra.
A audiência finalizou com o compromisso entre os participantes de formarem um grupo de trabalho para estudar de que forma é possível amenizar o problema da distribuição de médicos pelo País e, principalmente, a formação de diretrizes para a valorização do pediatra.