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Alerta

Dengue atinge níveis alarmantes em Londrina

Fernanda Borges/Equipe Folha
25 out 2010 às 15:33

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No próximo dia 5 mais uma vez os brasileiros ouvirão falar, e muito, sobre a dengue. Será o Dia Nacional de Controle à Dengue. Campanhas de conscientização não faltam, mesmo assim a doença é um problema de saúde pública e dessa vez o Paraná vive um dos momentos mais críticos. Só o município de Londrina já soma 1.908 casos confirmados desde janeiro, realidade totalmente diferente do que se via no ano passado, quando 2009 fechou o calendário com 104 pessoas atingidas. Em todo o Estado, todos os números registrados até agora são maiores que 2007, ano que até então era considerado o mais alarmante em quantidade de infectados.

A explicação para o surto, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, é que o ano de 2010 é considerado o ano epidêmico, como foi em 2007, quando a circulação do vírus volta a ser alta na maior parte dos municípios.

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Transmitida por mosquitos, a dengue é causada por quatro tipos de vírus que afetam, principalmente, crianças e adultos jovens. Apesar dos esforços contínuos para controlar a doença, especialistas afirmam ser praticamente impossível, a longo prazo, manter o mosquito sob controle para interromper a transmissão. Na falta de tratamento específico, uma vacina eficaz para evitar a dengue é a única esperança para combater a doença.

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É por isso que desde o mês passado o Brasil está testando a vacina que promete proteger contra os 4 tipos do vírus. Para Reynaldo Dietze, diretor do Núcleo de Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo, a vacina é a única esperança de vencer a luta contra a doença. De acordo com ele, está sendo usado uma tecnologia que combina DNA do vírus da dengue e o do vírus da febre amarela. ''A vacina utiliza uma técnica de atenuação do vírus chamada de quimerização. É um vírus híbrido, combinando fragmentos do vírus da dengue com os da febre amarela'', explica Dietze.

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A pesquisa, realizada pelo Laboratório Sanofi Pasteur e que deve durar 18 meses, está sendo realizada em Vitória, no Espírito Santo, pelo Núcleo de Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo. A idéia é que ao todo passem pelas analises 150 pessoas, entre crianças e adolescentes sadios com idades entre 9 e 16 anos. Segundo os pesquisadores, os primeiros resultados estão previstos para 2012.


Preocupação com as crianças - Uma das preocupações dos especialistas é em relação ao grande número de crianças que desde 2007 vem apresentando mais complicações quando são infectadas pela doença. Segundo o médico João Bosco Siqueira Júnior, professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás e que também integra o estudo, depois de 2007 as crianças tem concentrado cerca de 25% do público infectado.

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''Antes de 2007 essa realidade era bem inferior a 25%. Percebemos que até 2006 o vírus tipo 3 era o que predominava no Brasil e ele veio perdendo espaço para o tipo 2. O aumento dos casos graves em crianças começou a surgir nesse momento, quando crianças que já haviam sido infectadas pelo tipo 3 tiveram contato também com o tipo 2'', comenta.


Mas o professor ressalta que o cenário do Brasil é diferente dos demais países, incluindo também a forma como o vírus tem se desenvolvido nas pessoas, adultos ou crianças. De acordo com o laboratório, as pesquisas estão mais adiantadas na Tailândia, onde os vírus são mais agressivos. O imunizante vem sendo testado também nos Estados Unidos, Austrália, México, Porto Rico, Honduras, Colômbia, Peru e em países da Ásia.

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Dengue cresce 158,7% no Brasil



O primeiro semestre de 2010 foi crítico para o Brasil em relação aos números que apontam a disseminação da dengue no país. De acordo com o Informe Epidemiológico da Dengue, publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, foram identificados até o mês de julho, 788.809 casos de dengue - entre os confirmados e ainda em investigação - significando um aumento de 158,7% em comparação ao mesmo período de 2009.

A região Sudeste concentra o maior número de casos (51,2%), seguida das regiões: Centro-Oeste (23,7%), Nordeste (11,3%), Norte (8,5%) e Sul (5,3%). Em setembro, o Ministério da Saúde anunciou uma nova ferramenta para estimar o risco de epidemia de dengue no país. A nova metodologia revelou um risco muito alto ou alto para a ocorrência de epidemia de dengue nos próximos meses em 19 estados da Federação. Utilizada desde 2003, a ferramenta LIRAa - Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti - deve ser estendida para 354 municípios do país, com os novos parâmetros.


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