Após análise de dados de um levantamento feito em 2006, foi observado também que nos casais em que estas tarefas ficavam, na maior parte, com a mulher, homens e mulheres relataram um grau bem menor de satisfação.
Segundo os pesquisadores da Universidade Estadual da Geórgia, esse impacto negativo não foi verificado nos casais em que o homem era responsável por uma parte maior dos cuidados com os filhos.
As conclusões vieram da análise do estudo 2006 Marital and Relationship Study, sobre casamento e relacionamentos realizada entre com heterossexuais. Os 487 casais, selecionados de forma aleatória, tinham filhos, rendas que iam de 'baixas' a 'moderadas' e as mulheres tinham menos de 45 anos.
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Responsabilidade de quem?
Os dados, que estão sendo apresentados em uma reunião da Associação Americana de Sociologia, mostram que os casais em que a mulher foi a responsável por mais do que 60% dos cuidados com os filhos - especificamente em termos do estabelecimento de regras, elogios às crianças e brincadeiras - tiveram as piores avaliações em satisfação com relacionamentos e em relação à qualidade da vida sexual.
"Uma das descobertas mais importantes é que o única arranjo ligado aos cuidados que parece realmente ser problemático para a qualidade do relacionamento e vida sexual do casal é quando a mulher faz a maior parte do cuidado com os filhos", disse Daniel Carlson, professor-assistente de sociologia da Universidade Estadual da Geórgia.
A equipe descobriu que quando o pai assume a maior parte ou toda a responsabilidade pelo cuidado com os filhos, isso não afeta de forma negativa a qualidade do relacionamento do casal.
O estudo não observou quem realizava tarefas como alimentar e dar banho nas crianças.
Os pesquisadores estão planejando mais estudos sobre a razão dos casais com divisão igual das responsabilidades nos cuidados com os filhos parecem ter relacionamentos melhores.
"Estamos tentando entender a razão de casais acharem tão positivo o compartilhamento das tarefas", disse Carlson.
O 'novo homem'
O professor Cary Cooper, especialista em psicologia organizacional e saúde na Escola de Negócios de Manchester, disse que as descobertas dos pesquisadores americanos fazem sentido, pois o "'novo' homem que está feliz em dividir a responsabilidade pelos cuidados provavelmente já investe mais no relacionamento".
Cooper acrescentou que é cada vez mais aceitável para os homens optarem por trabalhos com horários mais flexíveis e assumirem mais responsabilidades pela família e vida doméstica.
"Há cada vez mais pressão nos homens que normalmente não fariam isto - a questão é se vai fazer diferença no relacionamento. Acho que pode fazer", acrescentou.
(com informações do site BBC)