Muitas vezes, o pneu indesejado na região abdominal pode representar diversos problemas de saúde, um deles é a esteatose, doença silenciosa que atinge crianças, jovens e adultos.
Caracterizada pelo excesso de gordura no fígado, a esteatose causa alterações nas enzimas do órgão e no sangue. E, quando não tratada com os devidos cuidados, pode evoluir para cirrose e até mesmo um câncer.
O excesso de peso está fortemente ligado ao excesso de gordura no fígado. De acordo com o hepatologista do Hospitais São Camilo de São Paulo, Carlos Eduardo Sandoli Baía, pessoas com sobrepeso têm grandes chances de desenvolver diabetes e alterações no colesterol e triglicérides – as gorduras do sangue.
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Esses indivíduos acabam desenvolvendo o que se chama hoje em dia de síndrome metabólica: o conjunto de sinais e sintomas que refletem toda a desorganização do metabolismo de quem apresenta essas características.
"Juntas, obesidade e diabetes podem provocar o acúmulo de gordura no fígado, acompanhada de inflamação crônica, que pode levar até a cirrose, mesmo que a pessoa não beba nada alcoólico, nem tenha o vírus da hepatite", explica o especialista.
Dados da Central de Transplantes da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo mostram que entre 2010 e 2014, quase 3% das indicações de transplante de fígado foram motivadas por cirrose causada por doença hepática gordurosa não alcoólica. Em 2015, esse número na lista de espera para transplantes subiu para 5%.
O médico alerta que há motivos de sobra para preocupação, uma vez que a obesidade cresceu no País. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 52,5% da população acima de 18 anos está acima do peso ideal e 17% da população é obesa.
A melhor forma de evitar uma cirrose é o diagnóstico precoce e a prevenção da esteatose. É possível detectar a doença a partir de exames de sangue e uma simples ultrassonografia de abdome. Quanto à prevenção, é preciso adotar uma vida mais saudável com atividades físicas, consumo de frutas, verduras e legumes e evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
"A cirrose gordurosa pode ser evitada com a redução da obesidade, controle da diabetes e das alterações das gorduras do sangue. O tratamento com acompanhamento médico também pode reduzir a possibilidade de complicações", orienta Baía.