A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou a morte de duas gestantes, uma de Maringá e outra de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, por complicações decorrentes da gripe H1N1. A primeira, de 22 anos, começou a apresentar os sintomas no dia 13 de março e morreu cinco dias depois, com uma evolução rápida para um quadro grave de insuficiência respiratória. A gestante de São José dos Pinhais, de 25 anos, também apresentou os primeiros sintomas no dia 13 e morreu 15 dias depois, no dia 28 de março, por parada cardiorrespiratória. As duas apresentaram resultados positivos de exames laboratoriais para a presença do vírus H1N1.
Segundo a Sesa, desde o começo do ano, foram registrados 83 casos de influenza no Paraná, sendo 60 de H1N1. No ano passado, o Paraná registrou 970 casos de influenza, sendo 139 de H1N1. As mortes por gripe somaram 26, das quais quatro foram causadas pelo vírus H1N1.
O desabastecimento de vacinas em clínicas particulares virou motivo de preocupação. Já na rede pública do Estado, a campanha de vacinação, que foi antecipada, só terá início no dia 25 deste mês. A maioria dos Estados segue a campanha nacional, que começa no dia 30. No Amapá, no entanto, a campanha foi iniciada no dia 8 e, em Goiás, a vacinação começa hoje.
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Especialistas ouvidos pela reportagem defenderam a antecipação da imunização. "O ideal seria iniciar a vacinação no final de fevereiro ou início de março. Vacinar não é imunizar. Quem recebe a vacina hoje, só fica imunizado de 10 a 15 dias depois da aplicação", explicou em entrevista recente o infectologista e imunologista José Luís Baldy.
O Paraná projeta imunizar 2,9 milhões de pessoas até 20 de maio, quando acaba a campanha. Assim como no ano passado, terão direito à vacina gratuita idosos (mais de 60 anos), crianças de 6 meses a menores de 5 anos, gestantes, mulheres com pós-parto de até 45 dias (puérperas), doentes crônicos, profissionais de saúde, indígenas, trabalhadores e detentos do sistema prisional. Em 25 de abril, o Paraná já terá recebido 48% do total de doses previstas para todo o período de imunização.
A Secretaria da Saúde recomenda que, ao sentir os primeiros sintomas, o paciente deve procurar atendimento médico e comentar a possibilidade de um quadro de gripe. "Em epidemias anteriores tivemos um número alto de óbitos em gestantes e jovens. Isso mostra que o cuidado deve ser redobrado nesses casos", alertou a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira.
PAÍS
O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (11), que o número de mortes no País provocadas pelo H1N1 subiu de 71 para 102, em uma semana, o equivalente a um aumento de 43%. O boletim, no entanto, leva em conta dados coletados até o dia 2 de abril, e não inclui as duas mortes registradas no Paraná. O documento mostra que a maioria dos óbitos ocorreu em cidades do Estado de São Paulo, 70 ao todo.
O número de casos da doença também aumentou de forma significativa no período. Em uma semana, o total de casos no País de Síndrome Respiratória Aguda Grave, uma complicação da gripe, ligada ao H1N1, passou de 444 para 686 - um salto de 54%. Dos casos identificados da síndrome neste ano, 78% estão concentrados em São Paulo. Foram 534. Além de São Paulo, outros 13 Estados haviam registrado mortes provocadas pelo vírus até o dia 2.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou estar monitorando os casos de H1N1, que vacinas estão sendo distribuídas para todo o País e que todos os Estados estão abastecidos com oseltamivir, medicamento indicado para as primeiras 72 horas de infecção e que poderia reduzir o risco de complicações provocadas pela doença. No comunicado, o ministério afirma que, além da vacinação, a população deve adotar medidas de prevenção, como lavar sempre as mãos e evitar locais de aglomeração. (Com Agência Estado)