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Divergências

Enquanto Mandetta reitera cuidado com cloroquina, Bolsonaro volta a defender remédio

- Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Paulo Saldaña e Renato Machado - Folhapress
08 abr 2020 às 09:28
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Enquanto Luiz Henrique Mandetta dava entrevista à imprensa no Palácio do Planalto, na qual afirmou que o Ministério da Saúde não recomendaria o uso indiscriminado de cloroquina contra o coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgava vídeo nas redes sociais em que a médica Nise Yamaguchi defende abordagem diferente.

O protocolo da pasta indica a prescrição do medicamento para casos graves e críticos da doença. Já Yamaguchi, que tem mantido conversas com o presidente e seria uma possível candidata a substituir Mandetta, defende que se receite a medicação já no segundo dia após o início dos sintomas.

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Bolsonaro compartilhou entrevista de Yamaguchi ao canal CNN Brasil. Ela diz que as evidências científicas ainda estão sendo construídas, mas ressalta que médicos e hospitais já trabalham com a medicação.

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"Precisaria começar a tomar no segundo dia após o inicio de sintomas", diz ela. "São decisões terapêuticas, e médicos em São Paulo e em vários grande hospitais já assumiram que é muito necessário que a gente trate os pacientes quando eles chegam."
Na entrevista à imprensa, o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, disse que não há alteração no protocolo de uso por parte da pasta.

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"Não houve nenhuma alteração [sobre o protocolo de uso da cloroquina]. Foi emitida nota técnica do Ministério da Saúde no dia 27 de março, orientando os estados a tratar os pacientes da forma grave e crítica em ambiente hospitalar com a cloroquina. Não houve nenhuma modificação", disse.


Vianna, explicou, após a saída do ministro da entrevista, como funciona o protocolo de pesquisa a respeito do uso de cloroquina no combate ao coronavírus, nos casos graves e críticos.

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"O Ministério da Saúde tomou uma decisão de gerar uma política específica para os casos graves e críticos. Se já tem uma indicação de hospitalização, se já tem um quadro de falta de ar, se já tem critérios de hospitalização, ele já é elegível para receber esse medicamento", informou o secretário.


Vianna acrescenta que estudos preliminares mostraram que o medicamento pode trazer bons resultados nesses casos.
Também contribui para a recomendação da cloroquina nesses casos, de acordo com o secretário, o fato de que o paciente já se encontra dentro de uma unidade de saúde, internado, portanto recebendo um acompanhamento melhor. Além disso, como são casos com alta taxa de letalidade, seria possível assumir riscos.

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"Nesse tipo de paciente, quando pesamos a relação entre riscos e benefícios, os benefícios superam os riscos. É um paciente com letalidade muito alta. Nós podemos assumir esse risco", completou.


Por outro lado, o secretário afirma que o ministério não tem comprovações científicas robustas para os casos de coronavírus considerados leves.

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"Quando vamos olhar outros pacientes, com casos leves, que perfazem 80% dos casos, quando a gente pesa riscos e benefícios, diante das evidências científicas que não são robustas, não vamos recomendar", afirmou.


Segundo o secretário, testes para casos leves estão sendo analisados atualmente no Brasil e resultados preliminares devem ser anunciados ainda neste mês.

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Repetindo o argumento do ministro Mandettta, o secretário afirma que atualmente cabe ao médico avaliar se recomenda ou não o medicamento a seus pacientes, em casos considerados leves.


"Medicina é ciência e arte. Existe um momento em que o médico usa a sua intuição", afirmou o secretário, que em seguida lembrou que essa medida precisa ser informada ou mesmo discutida com os pacientes.


O secretário afirmou que a arritmia cardíaca é o principal risco ligado ao uso da cloroquina, que pode ser potencializado com a administração de algum outro medicamento.

Vianna concluiu dizendo que o Ministério da Saúde tem consciência de que a pandemia é uma situação excepcional, mas que a pasta não vai tomar decisões a respeito de medicamentos sem evidências científicas.


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