A endometriose é uma doença crônica provocada pela migração do tecido que reveste a cavidade uterina, o endométrio, para outras partes do corpo, principalmente para o abdome, além de ovário, ligamentos uterinos, bexiga e intestino.
As mudanças ocorridas na vida da mulher tem favorecido o aumento da endometriose. A mulher esta menstruando mais vezes, pois o início da menstruação tem sido mais precoce e as gravidezes mais tardias com menor número de filhos.
Além disso existem os fatores ambientais, como a combustão de poluentes que acumulam toxinas (dioxina) nos tecidos gordurosos da mulher, e as tendências genéticas de parentes de primeiro grau, que também são observadas.
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Renata Garcia Nerys, da cidade de Araucária, no Estado do Paraná, recebeu o diagnóstico de endometriose em 2013, após sofrer episódios de dores abdominais intensas e cólicas fortes. "A endometriose prejudica muito minha rotina de trabalho, pois sinto dores o tempo todo e não dá para ficar nem muito em pé, nem muito sentada.
Em casa, na minha rotina diária, não aguento fazer tanto esforço, durante e depois da relação sexual também sinto muitas dores, uns dias mais e outros menos, parece que tem dias que tudo dói mais. O meu intestino não funciona mais legal, tenho muita dificuldade nessa parte", conta Renata.
Sintomas
Os sintomas da doença podem surgir na adolescência. É o diagnóstico mais comum de dor pélvica e cólica menstrual nesta faixa etária. Queixas de cólicas menstruais progressivas e/ou incapacitantes, dor profunda na relação sexual e dor pélvica fora do período menstrual são indicativas de endometriose.
Outras queixas como diarreia e/ou constipação intestinal e/ou modificação da consistência das fezes no período pré-menstrual e na menstruação. E dor ou sangramento ao evacuar ou urinar na menstruação.
Vale ressaltar que a endometriose é uma das principais causas de infertilidade na mulher. A instalação da doença nos ovários pode provocar o aparecimento de um cisto denominado endometrioma.
Este cisto pode atingir grandes proporções e comprometer o futuro reprodutivo da mulher. O diagnóstico e tratamento precoce são importantes para prevenir a infertilidade. "Quando o médico me falou a situação real do meu caso, eu e meu marido ficamos superassustados, eu nem imaginava como era esta doença e nem havia ouvido falar", diz Renata, que está em tratamento.
Na maioria dos casos, o diagnóstico clínico-ginecológico da endometriose é suficiente, permite iniciar o tratamento e manter o acompanhamento da mulher a fim de avaliar a resposta terapêutica. A endometriose pode regredir espontaneamente com a menopausa, em razão da queda na produção dos hormônios femininos e fim das menstruações.
Tratamento
Mulheres mais jovens podem utilizar medicamentos que suspendem a menstruação. Lesões maiores de endometriose, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, e não obtém melhora com o tratamento medicamentoso, a remoção dos ovários e do útero pode ser uma alternativa de tratamento.
Os exames laboratoriais e de imagem podem contribuir. A vídeo-laparoscopia é indicada apenas nos casos que não melhoram com o tratamento instituído.