Avaliar o conhecimento da população de Curitiba (PR) sobre o uso de drogas foi o objetivo de um estudo realizado pelo pesquisador Francisco Inácio Bastos, do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (LIS/Icict/Fiocruz). A pesquisa, que será publicada na revista Social Networks, dos Estados Unidos, revela que, quanto maiores são o estigma e a discriminação sobre uma determinada droga, mais complicado é seu entendimento por parte da população. A pesquisa é considerada um ‘teste’ para o inquérito de âmbito nacional, previsto para 2011.
O estudo, fruto de uma parceria entre pesquisadores da Fiocruz, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, é considerado um ‘teste’ para o inquérito de âmbito nacional, previsto para 2011. A pesquisa foi encomendada pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e avaliará o consumo de drogas, de um modo geral, em todo o Brasil.
Para realizar o estudo, que contou com a participação de 300 usuários de drogas e mais de mil moradores de Curitiba, o grupo coordenado por Bastos utilizou duas metodologias: entrevistas para estimação direta e indireta. As entrevistas para estimação direta foram feitas com os próprios usuários e abordaram os hábitos de uso. Já nas indiretas, os entrevistados respondiam sobre os hábitos e características de terceiros. Além disso, foi elaborado um jogo de tabuleiro para fomentar a participação dos usuários de drogas na pesquisa. "Acreditamos que o modelo de questionário tende a cansar os entrevistados. Neste sentido, criamos um jogo para que os usuários participassem da pesquisa da melhor maneira possível", explica Bastos.
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De acordo com o pesquisador, um dos dados mais interessantes da pesquisa é que, ao participarem das entrevistas, as pessoas tendem a omitir o uso de drogas quando as consideram mais problemáticas. "A maconha, por exemplo, por ser considerada uma droga mais branda, aparece com muito mais frequência em nossas estimativas de uso. Já o crack e a pasta base de cocaína não aparecem tão comumente. Daí a importância de fazer um estudo como este, pois queríamos, justamente, saber como as pessoas percebem as drogas, tanto usuários como a população em geral", justifica.