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Estudo comprova que cigarro reduz ação de antibiótico

Redação Bonde
27 out 2009 às 15:44

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O cigarro pode afetar de forma negativa a ação de antibióticos e interferir no resultado clínico esperado. Para compensar a redução do efeito do medicamento no organismo, dentistas e médicos precisariam ministrar doses maiores do remédio para os pacientes fumantes, sob o risco potencializar também seus efeitos colaterais, como alteração de paladar e diarréia, entre outros problemas.

A conclusão é do estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic, com sede em Campinas, que avaliou a biodisponibilidade - quantidade do medicamento efetiva - do antibiótico Metronidazol em pacientes fumantes. O medicamento normalmente é receitado em casos de tratamentos de doenças periodontais, como gengivite e periodontite, por exemplo, além de tratamentos ginecológicos, entre outros. "Planejamos fazer novas pesquisas que envolvam outros grupos de remédios, que também podem causar esse problema", afirma Juliana Cama Ramacciato, professora da São Leopoldo Mandic e uma das orientadoras da pesquisa.

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Segundo a pesquisa, realizada em parceria com a área de Farmacologia da Faculdade de Odontologia da Unicamp, o cigarro pode interferir na ação do Metronidazol no organismo de fumantes, o que significa a alteração de sua metabolização e uma possível interferência na eficácia do tratamento de doenças com o uso deste medicamento. "É normal uma parte do remédio ser perdida antes de ser utilizada. Mas, o efeito do cigarro reduz ainda mais a quantidade do medicamento absorvida pela organismo, quando ministrado via oral", explica Juliana.

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Os pesquisadores selecionaram um grupo de pessoas que fumavam 20 cigarros por dia e um grupo de não fumantes. "O objetivo foi analisar a concentração do Metronidazol na corrente sanguínea e na saliva antes, durante e após a ingestão do medicamento nestes pacientes, para verificar se o hábito de fumar diminui as concentrações normalmente atingidas pelo antibiótico testado", informa Rogério Heládio Lopes Motta, professor da São Leopoldo Mandic e um dos responsáveis pelo estudo.


A pesquisa foi apresentada na 26ª Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica, maior evento de pesquisa em Odontologia do Brasil, realizado em setembro deste ano, em Águas de Lindóia. O estudo alcançou a primeira colocação na categoria Pesquisador Iniciante em Odontologia, já que uma das envolvidas é a aluna do curso de graduação da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic, Fabiana Pinchetti Nolasco.

A aluna representará o Brasil no Student Clinician Award, patrocinado pela ADA (American Dental Association), no Congresso Mundial de Odontologia, que será realizado em outubro de 2.010, nos Estados Unidos.


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