A defasagem de médicos plantonistas e a remuneração por plantão podem provocar uma paralisação do Hospital São Rafael, em Rolândia. A medida está em estudo pelos profissionais da instituição como forma de chamar a atenção para os problemas enfrentados.
Os setores mais problemáticos são pediatria e obstetrícia, que apresentam falta de profissionais. "Há poucos especialistas na região e eles não querem trabalhar em Rolândia porque o valor pago por plantão é menor do que em outras cidades", afirma o diretor clínico do hospital, Sílvio Ferreira Filho. De acordo com ele, enquanto a média da região é de R$ 90,00 a hora, no São Rafael são pagos R$ 60,00 pelo mesmo período de trabalho.
O Ministério Público de Rolândia recebeu um comunicado no final da tarde desta sexta-feira (4) dizendo que no sábado (5) e no domingo (6) a pediatria do hospital funcionará em apenas um período. No sábado, das 13h às 19h e no dia seguinte, das 7h às 13h. Ciente da situação, a promotora Lucimara Salles Ferro expediu ofícios pedindo "medidas de contingência" da Prefeitura de Rolândia e também do Governo do Estado.
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"Os responsáveis pela saúde pública precisam contornar a situação para atender a população. Os postos de saúde vão abrir para atender?", questiona. Segundo ela, a falta de médicos chega a comprometer a realização de partos, até mesmo os normais.
Ferreira admite a falha na escala de plantonistas e afirma que o quadro só mudará quando o hospital tiver recursos para aumentar o valor pago por jornada e atrair interessados. Até lá, a categoria se mobiliza para cobrar melhorias. "Entre 90 e 95% dos nossos atendimentos são pelos SUS, mas a verba é insuficiente para remunerar os médicos e atender custos operacionais, de materiais e medicamentos", critica.
Atualmente, o São Rafael conta com cerca de 40 médicos, incluindo plantonistas. O corpo médico indicará se para ou não na próxima semana.