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Descanso

Falta de sono causar problemas cognitivos e até obesidade

Redação Bonde
11 nov 2014 às 14:55

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Os bebês têm cansaço crônico, as crianças ficam hiperativas e os adultos ganham peso. Todos — sem exceção — pagam um preço alto por não dormir. É uma hora hoje, outra no dia seguinte e mais duas na próxima semana. Acumuladas ao longo dos meses e dos anos, fica impossível compensá-las.

"Somos uma sociedade privada de sono. E pagamos por esse problema muitas vezes de uma forma que não percebemos", alerta Aneesa Das, diretora assistente do Programa do Sono do Centro Médico da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos. "Dependendo da idade, o sono pode afetar tudo: o peso, a pele, o coração; e levar algumas pessoas a desenvolver problemas de saúde muito graves."

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Quando um indivíduo dorme, músculos e outros tecidos do corpo são reparados. Os hormônios que controlam o crescimento, o desenvolvimento e o apetite são liberados. A energia é restabelecida e as memórias, solidificadas. Todos esses processos justificam a necessidade da regularidade do sono.

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Diferentemente do imaginado, as crianças que não dormem o suficiente nem sempre ficam letárgicas, como os adultos. Em vez disso, se tornam hiperativas e irritáveis. "Isso pode ter um impacto sério no desempenho escolar. Se não for abordado, pode até mesmo afetar o sistema imunológico, o que significa que elas ficarão doentes com mais frequência."

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Poucas horas dormidas durante a infância podem, inclusive, indicar transtornos psiquiátricos não diagnosticados. Um estudo do programa de pediatria do Hospital Bradley, em Rhode Island, nos EUA, concluiu que dificuldades no sono, especialmente para adormecer, eram muito comuns em garotos e garotas que, ao longo dos anos, receberam tratamento clínico de uma grande variedade desse tipo de distúrbio. O trabalho foi publicado na última edição da revista científica Psiquiatria Infantil e Desenvolvimento Humano.


Segundo o principal autor, John Boekamp, as dificuldades mais relatadas pelos pequenos são dificuldade para ir para a cama, para cair no sono e despertares noturnos frequentes. Juntos, esses problemas são chamados de insônias comportamentais da infância. "Essencialmente, essas crianças podem estar presas em um ciclo. A interrupção do sono afeta seus processos psiquiátricos, que, desregulados, afetam a organização vigília-sono", explica Boekamp.

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Produtividade sonolenta


Mesmo conhecidos por dormirem demais, os adolescentes têm argumentos suficientes para que a implicância dos pais não seja suficiente para acordá-los. Um estudo sueco divulgado no início deste mês mostra que os jovens com distúrbios do sono ou mesmo que dormem menos que o habitual são menos propensos a ter sucesso acadêmico.

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A pesquisa, divulgada na edição mais recente da revista Sleep Medicine por pesquisadores da Universidade de Uppsala, envolveu mais de 20 mil pessoas com 12 anos a 19 anos. Cerca de 30% dos participantes relataram problemas de sono regulares. À medida que esses adolescentes envelhecem, a dificuldade para dormir começa a cobrar um pedágio maior, associando-se, por exemplo, a doenças cardíacas, diabetes e depressão.


O resultado não é só uma queda na saúde individual, mas pode significar também um problema econômico para o país. Segundo Lallukka Said, pesquisador do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional Especializada, dormir de sete a oito horas por noite está associado ao menor risco de afastamento do trabalho por motivo de doença.

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Sua atual pesquisa na área mostra que a possibilidade de uma ausência prolongada por motivo de doença aumenta fortemente entre profissionais que relatam dormir menos de seis horas ou mais de nove horas por noite. Em uma análise mais aprofundada, Said chegou à duração do sono ideal: 7 horas e 38 minutos para as mulheres; e 7 horas e 46 minutos para os homens.


O sono insuficiente também contribui para o risco de várias epidemias de saúde pública, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade. "Sintomas de insônia devem ser detectados cedo para ajudar a prevenir a ausência por doença e a deterioração da saúde, do bem-estar e do funcionamento do indivíduo", acredita Said.

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"O sucesso na prevenção da insônia não só promove a saúde e capacidade para o trabalho entre os funcionários, mas pode levar a economias significativas com a redução dos custos de ausência por doença."


Pior para o cérebro

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O órgão que mais sofre com a falta do sono é o cérebro. Pesquisadores acreditam que poucas horas com a cabeça no travesseiro podem resultar no envelhecimento precoce dos neurônios ou até na diminuição do importante órgão.


Com o passar do tempo, adultos mais velhos ou idosos dormem cada vez menos. Mas, se a busca for pela jovialidade cerebral, é melhor prolongar a soneca. Cientistas da Escola Médica em Cingapura da Universidade de Duke descobriram que, quanto menos os adultos mais velhos dormem, mais rápido o cérebro deles envelhece.


Os resultados, segundo eles, poderão justificar uma possível associação entre a perda de sono e sua contribuição para o declínio cognitivo, incluindo a demência. Estudos anteriores examinaram o impacto da duração do sono em funções cognitivas em idosos.


Reprodução
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O aumento rápido do ventrículo cerebral é conhecido como um marcador para o declínio cognitivo e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer. No entanto, novos trabalhos relacionaram os efeitos do sono sobre esse marcador.


Uma análise de ressonância magnética de 66 idosos chineses mediu o volume do cérebro, e uma avaliação neuropsicológica a cada dois anos testou a função cognitiva dos participantes. Além disso, a duração do sono foi registrada por meio de um questionário do sono. Aqueles que dormiam menos horas apresentaram evidências de aumento do ventrículo e declínio mais rápido no desempenho cognitivo.


"O trabalho feito em outros lugares sugere que sete horas de sono por dia para adultos parecem ser o ponto ideal para um ótimo desempenho em testes cognitivos. Nos próximos anos, esperamos determinar o que é bom para a saúde cardiometabólica e do cérebro também a longo prazo", garantiu Michael Chee, diretor do Centro de Neurociência Cognitiva da Universidade de Duke-NUS.

(Com informações saúde plena)


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