A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou nesta sexta-feira (5) ter comprovado a presença do vírus Zika, com potencial de provocar infecção, em amostras de saliva e de urina e recomendou uma série de medidas cautelares para grávidas.
De acordo com o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, a inédita constatação não indicou ainda como ocorre a transmissão por meio desse fluidos, tampouco se o vírus encontrado nessas condições consegue ultrapassar a placenta e chegar aos fetos.
A grande preocupação é que o aumento de casos de microcefalia em bebês possa estar associado à Zika, com potencial de causar malformação no cérebro de bebês e doenças cognitivas.
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Mesmo não comprovada a transmissão por fluidos, as recomendações da Fiocruz são as mesmas de outras doenças transmissíveis pela saliva e devem ser seguidas à risca por mulheres grávidas.
Segundo Gadelha, a Fiocruz tem grande preocupação em suas pesquisas com as grávidas. "Recomendamos às gestantes que evitem grandes aglomerações e o compartilhamento de copos e materiais levados à boca. Pessoas que convivem com gestantes e que tenham sintomas de Zika devem ter responsabilidade adicional."
O presidente da Fiocruz acrescentou que "a evidência de hoje não faz com que digamos às pessoas que elas não podem ir para o carnaval. Não podemos afirmar que não existe a possibilidade de transmissão. Então, temos de ter cautela adicional". "
Às vésperas do carnaval, as orientações para os demais foliões são mais brandas, já que geralmente os sintomas da Zika são considerados leves e não causam complicações de saúde.
Os cientistas da Fiocruz disseram que as pesquisas para detalhar a transmissão da Zika por saliva e urina estão em curso, mas não há um prazo para serem concluídas.
Segundo eles, até agora a melhor forma de combater e prevenir a doença é a destruição de criadouros do mosquito Aedes aegypit, único com capacidade comprovada de passar o vírus. O mosquito normalmente é encontrado em recipientes com água parada.