Um americano será indenizado em US$ 7,2 milhões (R$ 14,5 milhões) depois de alegar que desenvolveu uma doença conhecida como "pulmão de pipoca" por inalar manteiga artificial de pipocas de micro-ondas.
Um júri no Estado americano do Colorado decidiu a favor de Wayne Watson e determinou que a empresa fabricante das pipocas, Gilster-Mary Lee Corp., deve passar a colocar avisos em suas embalagens, dizendo que é perigoso inalar a fumaça dos pacotes.
Advogados da companhia argumentaram que os problemas de Watson teriam sido causados por anos de trabalho com produtos químicos de limpeza de carpetes.
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Ele desenvolveu problemas respiratórios em 2007, depois de comer pipoca regularmente, e deu início à ação na Justiça em 2008.
"Pulmão de pipoca", grave forma de doença irreversível relacionada com a inalação de aromatizantes e condimentos, que constringe os bronquíolos do pulmão, dificultando a passagem do ar.
O veredito contra empresas fabricantes de pipocas de micro-ondas é o mais recente em uma série de casos, que incluem processos de funcionários de fábricas de pipoca que ficaram doentes.
Os casos relacionam a inalação do diacetil, um dos ingredientes usados no produto para conferir o "sabor de manteiga", aos problemas de saúde.
Os jurados decidiram que a Gilster-Mary Lee Corp. é responsável por 80% da indenização. A rede de supermercados Kroger Co. foi considerada responsável pelos outros 20%.
Watson já havia feito um acordo com a companhia produtora de aromatizantes FONA International Inc.
"(A empresa fabricante) não fez nenhum teste para checar se o consumidor poderia estar correndo riscos", disse Watson ao canal de TV americano CBS.
A decisão favorável a Watson teve o auxílio do testemunho de Cecile Rose, a médica que o diagnosticou.
Ela havia sido consultora para a indústria de aromatizantes e viu a mesma doença que Watson desenvolveu entre trabalhadores expostos ao químico, segundo a agência de notícias Reuters.