Uma nova pesquisa realizada pela Harvard Medical School e Northwestern University, de Chicago, afirma que fumar maconha ocasionalmente pode danificar estruturas cerebrais.
Segundo os resultados obtidos, o hábito de fumar a droga pelo menos uma ou duas vezes por semana pode afetar o tamanho e o formato de algumas regiões cerebrais ligadas à emoção e motivação. Alguns estudos anteriores haviam afirmado que o uso da maconha reestruturaria o cérebro. Este estudo é o primeiro que contraria as antigas descobertas.
A pesquisa analisou a ressonância magnética de 20 usuários de maconha, na faixa etária de 18 a 25 anos e comparou às ressonâncias de pessoas que nunca consumiram a droga.
Leia mais:
Hemepar faz alerta para doação de sangue antes das festas de fim de ano
Ministério da Saúde amplia de 22 para 194 serviços voltados à população trans no SUS
Um sucesso, diz médico de Lula sobre procedimento na cabeça para evitar novos sangramentos
Opas se preocupa com aumento de casos de dengue, oropouche e gripe aviária nas Américas
As principais evidências foram encontradas no núcleo accumbens e na amídala cerebral, regiões associadas à motivação, emoções e vício. No cérebro dos usuários da droga o accumbens se mostrou maior e a amídala, deformada.
Os cientistas acreditam que estas diferenças são os efeitos de uma adaptação do cérebro em relação ao uso da droga.
De acordo com o professor Hans Breiter, o estudo mostrou-se importante ao desvencilhar a ideia de que a droga, ocasionalmente, não faria mal. "As pessoas acham que o uso recreativo não causa nenhum problema, mas nossos dados mostram que não é o caso", afirmou.
Segundo Anne Blood, co-autora do estudo, as áreas afetadas pela droga são de alta importância. "Elas formam uma base para que você avalie os aspectos positivos e negativos das coisas e tome decisões sobre elas", alertou.
Carl Lupica, do Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIDA, sigla em inglês), nos EUA, reafirmou a fala dos pesquisadores. "Essas observações são particularmente interessantes, pois estudos anteriores focaram em analisar o efeito da droga em usuários frequentes".
Apesar dos resultados, os especialistas são cautelosos. "Este é um estudo interessante. No entanto, é limitado e de pequenas proporções. Como sempre, são necessárias mais pesquisas", finalizou Peter Jones, professor de psicologia da Universidade de Cambridge.
(Com informações do jornal Daily Mail e Portal Terra)