O avanço da gripe H1N1 pelo País provocou uma corrida da população à procura de vacinas e medicamentos. Apesar de o Paraná não ter registrado nenhuma morte relacionada à doença este ano, o número de casos confirmados desde janeiro subiu de 9 para 22 na última semana, dois deles na região de Londrina. Segundo a Sesa, dos 22 casos de H1N1, nove são referentes a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e outros 13 são enquadrados como Síndrome Gripal (SG), com sintomas mais leves.
A campanha de vacinação na rede pública paranaense foi antecipada em cinco dias em relação ao calendário nacional, mas só começa no dia 25 deste mês. Por enquanto, a vacina só é encontrada em clínicas particulares, mas a alta procura tem causado falta do produto em muitos estabelecimentos. A procura é tanta que longas filas se formam em horários de pico na Clínica de Imunizações Dr. Baldy, no centro. Já na Clínica de Vacinação da Unimed Londrina, o próximo lote só deve chegar na quinta-feira.
Já o Oseltamivir, nome genérico do Tamiflu, sumiu das farmácias. De acordo com representantes do setor, os laboratórios não esperavam o aumento expressivo de casos da doença neste ano, provocado por uma mudança epidemiológica. Em Londrina, a previsão das redes de farmácias é receber o medicamento apenas em junho. Já a Sesa garante que o Oseltamivir está disponível em todas as regionais de saúde do Estado e é liberado mediante apresentação de receita médica.
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Sem o medicamento, as farmácias registraram maior movimento em razão das pessoas atrás de artigos de prevenção, como o álcool em gel. A aposentada Irene Gomes, de 71 anos, contou que desde a pandemia de H1N1 que assolou o Brasil em 2009, ela se habituou a usar o produto com frequência. "Tenho um refil na mesa de centro da sala. Toda vez que chego da rua, já limpo as mãos, os braços. Os casos de mortes assustam", contou.
VACINAÇÃO
O Paraná espera imunizar 2,9 milhões de pessoas até 20 de maio, quando acaba a campanha. Assim como no ano passado, terão direito à vacina gratuita idosos (mais de 60 anos), crianças de seis meses a menores de cinco anos, gestantes, mulheres com pós-parto de até 45 dias (puérperas), doentes crônicos, profissionais de saúde, indígenas, trabalhadores e detentos. Em 25 de abril, o Paraná já terá recebido 48% do total de doses previstas para todo o período de imunização.
De acordo com o coordenador estadual de imunização, João Luis Crivellaro, a meta é vacinar 80% deste público-alvo, mas o Paraná espera atingir uma cobertura vacinal próxima de 95% a 98%. "Historicamente, somos sempre um dos primeiros Estados a atingir esta meta. Neste ano, queremos alcançar esses índices o mais cedo possível, garantindo a imunização dos grupos prioritários de forma mais precoce", ressaltou.
Nas clínicas particulares de Londrina, a reportagem encontrou doses com preços que variam entre R$ 70 e R$ 90. A vacina demora pelo menos duas semanas para fazer efeito. Ela é eficaz contra os três tipos do vírus da gripe mais circulantes no País – Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B. Em adultos, a dose é única. Já para crianças, é preciso completar o esquema vacinal de duas doses para que o imunobiológico conceda a proteção desejada.
PAÍS
O Brasil registrou 444 casos de síndrome respiratória aguda grave provocada pela gripe H1N1 desde janeiro. O último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde no início da semana aponta a morte de pelo menos 71 pessoas em todo o País. São Paulo tem a situação mais preocupante, com 372 casos graves e 55 mortes. Santa Catarina aparece em seguida, com 22 casos graves e três mortes.