De acordo com o boletim divulgado nesta terça-feira (5), pelo Ministério da Saúde, já são 1.046 bebês com microcefalia ou alterações do sistema nervoso no Brasil.
Até o momento, 1.814 casos com suspeita foram descartados. Há ainda 4.046 casos notificados em investigação. O país enfrenta um surto de crianças que nasceram com lesões neurológicas associadas à zika.
Do início da epidemia do vírus, registrado em outubro, até o dia 2 de abril, foram confirmadas 51 mortes durante a gestação ou após o parto por alterações no sistema nervoso central. Ainda é investigada a relação de outras 148 mortes com possíveis decorrências da zika.
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As notificações são tanto de bebês com cabeça menor do que o esperado, quanto de fetos que apresentam problemas de formação no cérebro ainda na barriga -- mas que possuem perímetro cefálico normal. Todos passam por exames para detectar se há má-formação e se ela foi provocada por uma infecção na mãe, só então entram na contagem de casos confirmados - não só de microcefalia, portanto, mas também de alguma lesão cerebral.
Segundo o Ministério são casos confirmados aqueles que apresentam alterações típicas indicativas de infecção congênita, como calcificações intracranianas ou dilatação dos ventrículos cerebrais entre outros sinais clínicos observados por qualquer método de imagem ou identificação do vírus da zika em testes laboratoriais.
O que é microcefalia?
É a má-formação congênita (adquirida antes do nascimento) em que o cérebro não se desenvolve corretamente. O primeiro indício é o tamanho da cabeça, se menos que 31,5 cm nas meninas ou menos que 31,9 cm nos meninos é constatada a microcefalia.
Para o diagnóstico correto, são feitos exames neurológicos para saber se há alterações no desenvolvimento do cérebro. Além disso, crianças com microcefalia podem ter dificuldades respiratórias, neurológicas e motoras, em diferentes graus.
O 1º trimestre pode ser período de maior risco para grávidas
O estudo de caso-controle realizado na Paraíba mostra, preliminarmente, que mães que tiveram o vírus Zika no primeiro trimestre da gestação apresentaram maior probabilidade de terem crianças com microcefalia. O Ministério da Saúde, em pareceria com o governo da Paraíba e Centro de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis (CDC) dos Estados Unidos, continua com a análise das amostras de sangue coletadas nas mães e bebês paraibanos. Somente após esta fase, os resultados finais serão divulgados. O resultado inicial do estudo, apresentado em João Pessoa (PB), também não encontrou nenhuma associação da microcefalia com a exposição de produtos como inseticidas, por exemplo.
"Faz parte deste estudo a investigação de pessoas que não foram acometidas pela microcefalia. Somente após o processamento das amostras de sangue coletadas, comparando os casos e os controles, é que poderemos estimar com mais clareza o risco de ser acometido pela doença e a relação do Zika com a microcefalia", explica o assessor da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, destacando o empenho das equipes na fase de campo da pesquisa. "O estudo se deu de forma ágil, ética e eficaz. As equipes deram passos importantes na busca por respostas para o problema que preocupa o mundo", acrescentou o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antonio Nardi.
A pesquisa, que começou no dia 22 de fevereiro, contou com a atuação de oito equipes – compostas pelas instituições envolvidas – que investigaram a proporção de recém-nascidos com microcefalia associada ao Zika, além do risco da infecção pelo vírus, em 56 municípios do estado. Ao todo, foram entrevistados 165 casos de mães que tiveram bebês com microcefalia e 446 controle (mães e bebês da mesma região sem microcefalia). Entre os bebês, 52% são do sexo feminino e 48% do sexo masculino, na faixa-etária de 0 a 7 meses.
NOVO BOLETIM – Em todo o Brasil, 4.046 casos suspeitos de microcefalia estão em investigação, de acordo com o novo boletim divulgado nesta terça-feira (5) pelo Ministério da Saúde. Desde o início das investigações, em outubro de 2015, até 2 de abril – foram 6.906 notificações em 1.307 municípios de todas as unidades da federação. Dos casos já concluídos, 1.814 já foram descartados e 1.046 foram confirmados para microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita.
Destes, 170 já tiveram confirmação laboratorial para o vírus Zika. Nestes casos, foi realizado exame laboratorial específico para o vírus Zika. No entanto, o Ministério da Saúde ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. Ou seja, a pasta considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.
Até o dia 2 de abril, foram registrados 227 óbitos (fetal ou neonatal) suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto). Destes, 51 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 148 continuam em investigação e 28 foram descartados.
Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos estados, e a possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa, diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.
O Ministério da Saúde orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.
(com informações do site UOL e Agência Saúde)