A Secretaria Municipal de Saúde conseguiu localizar o homem que encontrou um morcego, além de um amigo que também teve contato com o animal no Zoológico de Curitiba. O animal, entregue pelo homem na administração do Zoológico no dia 21 de abril estava contaminado com o vírus da raiva.
Os dois se apresentaram em uma unidade de saúde e já foram medicados. Eles são moradores da Região Metropolitana de Curitiba. Por questões éticas, a identidade dessas pessoas não será divulgada.
A Prefeitura de Curitiba agradece à mobilização da população e de todos os meios de comunicação para localizar a pessoa que teve contato com o morcego. A diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria da Saúde, Juliane Oliveira, lembra que a ação deve servir de exemplo para outras situações envolvendo animais silvestres. "Jamais se deve ter contato direto com um animal desconhecido, seja em parques, praças ou mesmo em residências. Graças à ampla divulgação do caso, conseguimos localizar as pessoas que tiveram contato com o morcego contaminado", afirma.
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A raiva é uma doença grave de alta mortalidade que atinge todos os mamíferos, incluindo os seres humanos, animais domésticos e silvestres. O simples contato com o animal contaminado é suficiente para a transmissão do vírus da raiva.Em Curitiba, o último caso de raiva foi registrado em 1975, mas em 2010 um gato pegou a doença depois de ter contato com um morcego. "A vacinação dos animais domésticos é uma segurança e uma forma de prevenção da doença", enfatiza a diretora.
Histórico
No dia 21 de abril, um morcego vivo foi encontrado perto do recinto do chimpanzé e entregue a funcionários do Zoológico de Curitiba. Exames de rotina feitos no morcego indicaram que ele estava infectado pelo vírus da raiva. Na terça-feira (22), o animal foi entregue para o Centro de Controle de Zoonoses, que encaminhou o animal para o Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen), onde foi realizado exame de imunofluorescência direta para o vírus rábico, que deu positivo.
Morcegos
Embora possam albergar o vírus da raiva e infectar as pessoas, todos os morcegos são extremamente importantes, pois contribuem no controle de insetos, disseminando as sementes, polinizando muitas espécies vegetais nos parques e praças de Curitiba. Além disso, os morcegos fazem parte da cadeia alimentar de predadores como corujas, algumas cobras e gaviões.
O morcego entregue no Zoo era do gênero Myotis, insetívoro, que ocorre em toda a extensão de Curitiba e auxilia no controle de insetos da cidade. Todos os morcegos têm hábitos noturnos, ou seja, saem para se alimentar à noite e são raramente encontrados de dia ou no chão. Porém, quando estão infectados com o vírus da raiva, podem mudar seu comportamento e voar ou serem encontrados de dia. Nunca se deve tocar num morcego encontrado nestas condições, mesmo que esteja morto.
Morcegos encontrados caídos ou mortos devem ser coletados com auxílio de uma vassoura ou uma pá, colocados em um frasco com boca larga e tampa e levados a uma Unidade de Saúde para confirmação laboratorial da doença. Em casos de dúvida, solicite o auxílio de profissionais, que farão a adequada remoção do animal para diagnóstico.