A TMO (Unidade de Transplante de Medula Óssea), do Hospital Universitário da UEL (Universidade Estadual de Londrina), realizou um total de 216 transplantes de medula óssea entre setembro de 2010, quando foi realizado o primeiro transplante, e janeiro de 2022. Os transplantes foram autólogos (autogênico ou auto-transplante, ou seja, o paciente é o próprio doador) e a estimativa, conversada no início dessas atividades, foi atingida.
De acordo com o Plano Diretor de Regionalização do Estado do Paraná, a Unidade, que realiza somente transplantes autólogos, atende pacientes encaminhados de 10 Regionais de Saúde, abrangendo cerca de 3,5 milhões de habitantes da região. “A TMO do HU/UEL de Londrina é um serviço de alta complexidade e de extrema importância para a descentralização dos transplantes no Estado do Paraná”, destaca Letícia Gordan, médica responsável pela unidade.
O que é a medula óssea
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Conhecida popularmente como “tutano”, a medula óssea é um tecido gelatinoso localizado no interior dos ossos. Lá são produzidas as hemácias, responsáveis pelo transporte de oxigênio e gás carbônico e os leucócitos, que defendem o corpo das infecções e as plaquetas, que compõem o sistema de coagulação do sangue.
O transplante
O procedimento de transplante de medula óssea pode ser autólogo ou alogênico. O transplante autólogo é quando o paciente é o próprio doador. É indicado para tratamento de algumas das doenças onco-hematológicas, como o mieloma múltiplo, linfomas, alguns subtipos de leucemia e tumores de células germinativas/neuroblastoma.
A outra forma de realizar o transplante é o alogênico, no qual, as células–tronco vêm de um doador, idealmente um irmão ou irmã com uma composição genética semelhante.
Ambos os procedimentos têm como objetivo substituir a medula doente por uma saudável.
A Unidade de TMO do HU/UEL
A Unidade integra, desde 2004, a Rede Paranaense de Terapia Celular, projeto subsidiado pela Unidade Gestora do Fundo Paraná, da SETI (Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior).
De acordo com os dados da unidade, entre 2010 e 2020, 190 pacientes foram submetidos a transplante autólogo, sendo a maioria com diagnóstico de mieloma múltiplo (55,3%) e linfoma (39,9%). Grande parte dos pacientes está na faixa etária entre 15 e 71 anos. Eles vêm de outras cidades para realizar o procedimento.
Com a pandemia da Covid-19, o número de transplantes realizados caiu 30% em relação ao ano de 2019. A médica aponta que existe uma grande demanda de pacientes onco-hematológicos para transplante autólogo e alogênico na região, e que a pandemia provocou um aumento de pessoas que aguardam na fila de transplante. Ela ainda pontua que será necessária a disponibilização de mias leitos para facilitar o deslocamento e um acesso mais rápido ao serviço de transplante.
A TMO do HU conta com três leitos e é composta por uma equipe multiprofissional de médicos, enfermeiros, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social, farmacêuticos e bioquímicos, odontólogo, técnicos administrativos e técnicos operacionais, que seguem os mesmos princípios de atendimento humanizado aos pacientes e familiares do hospital e do HumanizaSUS.
Na implantação da Unidade de TMO, a estimativa inicial do número de transplantes ao ano foi de aproximadamente 25-30, o que corresponde a 2,5 transplantes/mês, quantidade compatível com a capacidade instalada de leitos e tempo médio de internamento dos pacientes (30 dias).