O Hospital Universitário (HU) de Londrina monitora a situação de seis pacientes suspeitos de portarem a enzima Nova Delhi (NDM1). O microrganismo mutante é perigoso por que consegue deixar alguns tipos de bactérias ainda mais resistentes.
O primeiro caso de NDM1 em Londrina foi descoberto na última semana no Hospital da Zona Norte (HZN). A unidade já registrou a morte de duas pessoas suspeitas de terem a superbactéria.
O HZN restringiu os atendimentos para realizar um trabalho completo de higienização. O hospital monitora, ainda, a situação de outros dois pacientes, que tiveram contato com os falecidos.
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O primeiro paciente suspeito do HU, por sua vez, já passou por um teste de biologia molecular. "O exame deu positivo, mas precisamos de uma confirmação do Lacen (Laboratório Central do Paraná)", explicou a coordenadora de Controle de Infecção Hospitalar da instituição, Claudia Carrilho.
O paciente, que já recebeu alta, veio para o HU transferido do Hospital da Zona Sul. Claudia destacou, entretanto, que ele pegou NDM1 no Hospital Universitário. "Ainda não sabemos como. Estamos analisando", observou a coordenadora.
Os outros cinco pacientes suspeitos do HU, que tiveram contato com o primeiro, também esperam pelo resultado de exames. "Foram colhidas as culturas. Enquanto isso, eles continuam a ser monitorados", afirmou.
Dos cinco, dois já receberam alta e os outros três seguem internados por outros motivos. O trio está em uma ala isolada do HU.
Claudia Carrilho garantiu que o atendimento continuar a ser realizado normalmente no hospital. "Não há interferência. Tudo vai depender do resultado dos exames dos pacientes suspeitos. Se tivermos alguma confirmação, vamos precisar readequar o fluxo", admitiu.
Ministério Público
O promotor de Defesa da Saúde Pública de Londrina, Paulo Tavares, vai enviar um ofício para a Secretaria Estadual de Saúde pedindo explicações sobre as medidas que estão sendo tomadas para evitar que a Nova Delhi se espalhe para outros hospitais.
Segundo a rádio CBN Londrina, uma denúncia protocolada no Ministério Público (MP) pelo Sindicato dos Servidores Estaduais de Saúde (SindSaúde) do Paraná expôs, no ano passado, uma série de supostas irregularidades que estariam sendo registradas no Hospital da Zona Norte, entre elas uma falha no sistema de controle de infecção hospitalar.
O promotor também quer informações sobre o que está sendo feito pelos hospitais para proteger pacientes e funcionários que ainda não tiveram contato com o microrganismo.