O Paraná deu mais um passo para ampliar sua capacidade de realizar transplantes. Com as novas portarias publicadas pelo Ministério da Saúde, o Estado também começa a fazer novos procedimentos em outras regiões, como o transplante de medula óssea, que será realizado no Hospital Universitário de Londrina.
"Com a realização do transplante de medula em Londrina, os pacientes da região não precisam mais se locomover até Curitiba. O atendimento fica descentralizado e promove um avanço na saúde da região. Tudo de acordo com a nossa política de regionalização da saúde que, neste caso, se alia ao objetivo de ampliar o número de transplantes no Paraná" avalia o secretário da Saúde, Carlos Moreira Júnior.
No Hospital Universitário de Londrina também será realizado o transplante de pele. "É o primeiro hospital do Paraná a realizar esse tipo de procedimento, e como o HU já conta com um centro de queimados, que são os pacientes que possuem maior demanda, teremos um grande avanço no atendimento à população", destaca a coordenadora da Central de Transplantes do Paraná, Schirley Batista.
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A maioria dos pacientes que necessita de transplante de pele sofreu queimaduras de alto grau. A doação, contudo, só pode ser realizada após o doador falecer. As camadas mais superficiais da pele do doador são removidas por meio de procedimento cirúrgico, e depois tratadas e transplantadas. Não há deformidades no corpo, pois a camada retirada é muito fina.
O novo credenciamento irá atender também o Hospital Pequeno Príncipe, que poderá realizar transplante de medula óssea. O hospital já é referência para os transplantes de fígado e coração, e com o novo credenciamento deve se tornar referência para o transplante de medula. "O foco no Pequeno Príncipe são os transplantes de medula nas crianças, e com mais esse procedimento o hospital deve se tornar referência no Brasil para o serviço de medula infantil" explica Moreira Júnior.
O transplante de medula óssea é a única forma de cura para portadores de leucemias e algumas doenças do sangue, porém o número de transplantes é muito inferior ao necessário devido ao baixo índice de compatibilidade entre doador e receptor, que chega a ser de um para cada mil. Em 2009 foram realizados 123 transplantes no Estado, mas até 30 de junho de 2010 já ocorreram 101 transplantes de medula.
A nova portaria abrange também o Hospital de Olhos, que terá seu próprio banco de olhos, o que vai representar um grande aumento na captação e doação de córneas no Estado. "No período entre 2003 a 2009, os transplantes de córnea registraram aumento de 95% no Estado, e com esse novo banco esperamos zerar completamente a fila de espera para doação de córneas", explica Schirley Batista.
Nos últimos anos o número de transplantes vem aumentando no Paraná. Em 2003 foram realizados 806 transplantes no Estado e em 2009 esse número subiu para 1344, um aumento de 66%. Os transplantes de córnea e rim lideram as estatísticas. O de rim teve aumento de 44%, passando de 214 em 2003 para 310 em 2009. (Fonte: Agência Estadual de Notícias)