O diretor do Hospital da Zona Norte (HZN) de Londrina, Walter Marcondes Filho, confirmou na tarde desta sexta-feira (7) que o idoso de 81 anos, que morreu na unidade no último dia dois, estava contaminado com a bactéria Nova Delhi (NDM-1). O resultado de um exame realizado pelo Laboratório Central do Paraná (Lacen) embasou a confirmação.
A possível presença do organismo multirresistente na instituição fez com que a mesma fechasse as portas do pronto-socorro no início da manhã desta sexta. Três pacientes em estado grave, que estão entubados na mesma ala do HZN onde o senhor falecido ficou internado, também vão passar por exames. Há suspeita de que o trio também tenha sido contaminado pela NDM-1.
Os enfermeiros e médicos que cuidaram o idoso também estão sendo monitorados.
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O HZN deve ficar com o atendimento suspenso por tempo indeterminado. O hospital precisa ser higienizado por completo, de acordo com Marcondes Filho. Em um primeiro momento, a instituição quer fazer a transferência dos três pacientes suspeitos de terem a bactéria. A unidade, no entanto, enfrenta resistência por parte dos outros hospitais.
A instituição também precisa liberar algumas alas de pronto-socorro para dar início ao processo de desinfecção. Atualmente, o espaço que tem capacidade para 30 pacientes abriga 46 pessoas em tratamento.
O diretor do HZN lembrou que a higienização só vai poder ser feita depois que alguns desses pacientes receberem alta. "Pretendemos começar a limpeza por algum setor específico e, depois disso, fazer o remanejamento dos doentes para este local com o objetivo de higienizar os outros espaços", explicou.
Walter Marcondes Filho chamou a atenção para o 'poder' da bactéria rara. "O organismo ajuda a modificar outras bactérias e, consequentemente, as deixa mais resistentes. Viram mutantes, com resistência a antibióticos", argumentou.
O primeiro caso de Nova Delhi do mundo foi registrado em 2009. No Brasil, ela apareceu no ano passado, quando hospitais de Porto Alegre (RS) precisaram interditar 15 leitos de Unidade de Terapia Intensiva para combater o organismo.
Até hoje, o país registrou dois casos confirmados de NDM-1: um na capital gaúcha e o de Londrina. Foram registrados, ainda, cinco casos suspeitos em Brasília (DF). (colaborou Lúcio Flávio Cruz, da Folha de Londrina)