Os laboratórios do Brasil que coletam sangue querem que os médicos parem de exigir o jejum de seus pacientes para a realização de exames laboratoriais. O tema foi debatido no Congresso Brasileiro de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, na semana passada, no Rio de Janeiro.
Alguns laboratórios de São Paulo começaram uma campanha para informar funcionários, médicos e pacientes sobre a coleta sem restringir a alimentação. O avanço dos equipamentos, dos reagentes químicos e das análises teriam afastado a interferência da alimentação do resultado dos exames.
Ficou, porém, uma cultura do jejum. Médicos e pacientes sempre pensam em restringir a alimentação quando pedem ou fazem qualquer. No entanto, segundo os laboratórios, apenas 5% dos exames ainda requerem jejum, como os de glicose e triglicérides (tipo de gordura), cujos valores mudam após a refeição.
Leia mais:
75% dos fumantes de cigarro eletrônico sofrem de ansiedade, diz estudo
Crise climática afeta de forma desproporcional saúde de pessoas negras e indígenas no Brasil, aponta análise
Brasil tem estabilidade de casos de dengue, mas especialistas alertam para aumento em breve
Acesso à internet pode melhorar a saúde mental de pessoas acima de 50 anos, diz estudo
Já os exames de colesterol total, HDL (colesterol "bom"), de LDL (colesterol "ruim") dosado diretamente (e não calculado através de uma fórmula que usa os triglicérides), o hemograma e grande parte dos hormônios não exigem mais a restrição.
Segundo os especialistas, a necessidade do jejum deve ser avaliada para cada exame.
Estudos têm questionado a necessidade do jejum para medir o colesterol. Isso porque a maior parte dele é produzida pelo corpo e pouco muda com a alimentação, com exceção dos triglicérides.Para a maioria dos exames, incluindo o colesterol, o jejum é de fato desnecessário por causa das novas metodologias.
Ainda que nem todos os laboratórios tenham eliminado o jejum, muitos estão diminuindo o período para 3h ou 4h dependendo do exame. Apesar das mudanças nos laboratórios, continua prevalecendo a exigência do médico.
(Com informações Folha de S. Paulo)