O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Londrina está operando em condições precárias desde o dia 10 de agosto, quando o Centro Integrado e Apoio Profissional (Ciap), oscip responsável pelo serviço, deixou de repassar verba para a manutenção das ambulâncias.
De acordo com o coordenador de enfermagem do Samu, Willian Paduan, das 12 ambulâncias apenas duas estão em funcionamento. As demais estão quebradas e precisam passar por manutenção. "Duas já foram consertadas mas dependemos do repasse de verba para retirarmos da oficina". O custo do conserto das duas totaliza cerca de R$ 7 mil.
Seis ambulâncias da frota encontram-se em oficinas mecânicas e quatro estão desativadas no pátio do Samu, aguardando a resolução do problema. "Nem as oficinas estão aceitando o encaminhamento delas para a manutenção. A situação foi devidamente exposta ao atual secretário de Saúde, Agajan Der Bedrossian, durante a posse dele, e também ao promotor público na semana passada mas até agora nenhuma providência foi tomada", desabafa Paduan.
Leia mais:
Famílias que ganham até R$ 1.200 por mês usam 82% dos recursos aplicados no SUS
Novo plano para combater câncer de colo do útero tem foco em rastreio e vacina
Brasil registra mais de 11 mil partos resultantes de violência sexual, diz pesquisa
Sesa reforça gratuidade dos serviços ofertados pelo SUS
A falta de ambulância do Samu deixa o serviço em desacordo com o que está preconizado pelo Ministério da Saúde na portaria 2048, que regulamenta o serviço de urgências e emergências no País.
Segundo a portaria, para cada 100 mil a 150 mil habitantes é indicado uma ambulância de suporte básico e para cada 350 mil a 400 mil é necessário uma avançada. "O ideal para Londrina que tem mais de 500 mil habitantes seria ter pelo menos quatro ambulâncias de atendimento básico e duas avançadas, mas hoje temos apenas uma de cada", revela Paduan.
A situação tem provocado uma sobrecarga no uso das atuais ambulâncias que estão em funcionamento. Segundo Paduan, o Samu recebe uma média de 200 ligações por dia, das quais 60 demandam a ida de uma ambulância para o local. Com isso, cada ambulância atende diariamente 30 chamadas por dia. O medo dos socorristas é de que estes veículos não suportem o uso intenso e venham a quebrar´, deixando o Samu de Londrina "sem rodas".
O secretário de Saúde não foi localizado na manhã desta terça-feira (31) pela reportagem do Bonde para comentar o asssunto.