As unidades de saúde da rede municipal em Londrina trabalham com um deficit de cerca de 100 médicos. Os efeitos da falta de profissionais podem ser observados diariamente nas unidades, onde centenas de pacientes esperam horas por atendimento. O problema foi objeto de um levantamento feito pela Comissão de Seguridade Social da Câmara de Vereadores de Londrina, que nos últimos meses visitou as 65 unidades básicas e de pronto atendimento. O resultado do estudo será apresentado na próxima segunda-feira a coordenadores das unidades, ao secretário municipal de Saúde, Gilberto Martin, e ao Ministério Público. Porém, a conclusão do presidente da comissão, vereador Gustavo Richa (PSDB), é que uma mudança para este ano é "praticamente impossível". "Enquanto não forem aumentados os salários e não houver um Plano de Cargos, Carreiras e Salários, o problema da falta de médicos sempre vai existir."
Segundo o secretário, o município tem 561 vagas para médicos e 465 profissionais atuantes. "Nosso deficit hoje fica entre 103 e 118 médicos", atestou Martin. Em 10 de março, foi publicada no Jornal Oficial do Município a homologação do resultado final de um concurso para contratação de médicos. Cinquenta e três vagas foram homologadas, mas dois profissionais são médicos do trabalho e serão lotados no setor de Recursos Humanos da Prefeitura. Os outros 51 irão atender a população. Além de o número ser apenas 50% do necessário, nem todos os aprovados serão convocados imediatamente. A previsão da secretaria é de que o chamamento seja concluído no início do segundo semestre.
Por conta de medidas de contingenciamento, foram estabelecidos critérios para a efetivação dos aprovados no concurso. Neste mês, serão feitas apenas as reposições imediatas, com o preenchimento de vagas abertas entre abril de 2015 e abril de 2016 em decorrência de exonerações, aposentadorias ou mortes. "Dentro desse período de um ano tenho como fazer a reposição automática sem que haja impacto financeiro", explicou o secretário.
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Mesmo com novas contratações, Gustavo Richa avalia que o problema está longe de ser solucionado e que a demanda sempre será maior que a oferta. "Não há incentivos do município para manter os médicos nos cargos. Os salários estão muito aquém do mercado. Esse é um dos principais motivos da falta de médicos nas unidades de saúde."