Estima-se que há no Brasil 1,1 milhão de cegos e cerca de quatro milhões de deficientes visuais sérios, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. Ainda segundo a entidade, a principal causa de cegueira evitável ou curável, no país, é a catarata, uma lesão ocular que atinge o cristalino, lente natural do olho, tornando-o opaco e impedindo a entrada de luz para a formação da imagem que está sendo visualizada. Embora a perda da visão por essa causa possa ser reversível, muitas pessoas continuam sem enxergar por falta de informação, dificuldade de acesso ao tratamento ou medo da cirurgia.
"Há três tipos de catarata: congênita, presente desde nascimento, secundária, gerada por uma lesão ocular, uso inadequado de medicação ou doenças crônicas, como o diabetes, e senil, proveniente de alterações bioquímicas relacionadas à idade. Embora a catarata congênita seja a forma mais grave por poder causar uma cegueira irreversível, aproximadamente 85% dos casos são classificados como senis", esclarece o oftalmologista Jae Min Lee.
Segundo ele, todas as pessoas vão desenvolver a catarata ao longo da vida. "A partir dos 50 anos, os sintomas já são percebidos. Incômodo visual, perda da nitidez e variação do grau dos óculos são os primeiros sinais. Com a evolução do problema, há uma perda significativa ou até mesmo total da visão. É neste momento que as pessoas costumam procurar por ajuda médica", revela.
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O diagnóstico é feito por meio de um exame de rotina realizado no consultório oftalmológico. "Quando confirmada a perda da transparência do cristalino, há a indicação da cirurgia. Antigamente, os médicos recomendavam aguardar o 'amadurecimento da catarata', ou seja, o desenvolvimento do problema. Hoje em dia, sabe-se que isso não é necessário. O procedimento pode ser realizado ainda na fase inicial", explica.
"A cirurgia da catarata consiste na substituição da lente natural do olho por uma artificial. O procedimento é realizado em um centro cirúrgico ambulatorial e dura de 20 a 30 minutos. No pós-operatório, são receitados colírios com antibiótico e anti-inflamatório. Se não houver complicações, o paciente se recupera totalmente depois de três a cinco dias. A boa notícia é que a cirurgia é tão eficaz, que não há chance de reincidência da lesão", esclarece.