O Governo do Paraná informou nesta quinta-feira (19) que o marca-passo diafragmático destinado à menina Isabelly Vitoria Pardim de Deus Mello, de um ano e cinco meses, chegou hoje ao estado. O aparelho - que já foi encaminhado ao Hospital de Clínicas de Curitiba (HC), onde a criança está internada - deveria ter sido entregue no dia 26 de janeiro, mas um erro logístico da empresa norte-americana responsável pela comercialização do marcapasso fez ele ser enviado a Buenos Aires, capital da Argentina.
De acordo com o pai da criança, Wagner Roberto Mello, a cirurgia deverá ser realizada dentro de dez dias. Ele se reúne com o corpo médico do HC nesta sexta-feira (20) para tratar dos detalhes do procedimento. O cirurgião responsável virá do hospital Albert Einstein, de São Paulo, para implantar o marca-passo na menina.
O aviso da chegada do aparelho foi protocolado na 2ª Vara da Infância e Juventude de Curitiba, que vem cuidando do caso do bebê. Em novembro do ano passado, a 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina já havia determinado, por meio de liminar, a compra do marca-passo diafragmático pelo Governo do Estado. O prazo venceu no dia 12 de dezembro, sem ser cumprido pelo poder público, e levou a novos capítulos na Justiça.
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Histórico
Isabelly nasceu em Rolândia com uma lesão em um dos pulmões que a impede de respirar normalmente, precisando continuamente da ajuda de aparelhos ou então da implantação do marca-passo em seu diafragma.
Em dezembro de 2013, a criança foi internada no Hospital Infantil de Londrina com uma doença grave que impossibilitava a produção de anticorpos e mecanismos de defesa contra outras patologias. Em junho de 2014, a família conseguiu uma decisão judicial para transferi-la ao Hospital das Clínicas de Curitiba (HC), onde recebeu a medula da mãe e apresentou uma considerável recuperação. Isabelly segue internada no HC da capital - por isso o processo passou à Justiça de Curitiba.
O equipamento custa cerca de R$ 500 mil e é utilizado por mais de 3 mil pessoas em todo o mundo. Na literatura médica, existe o caso de sua implantação com sucesso em um bebê de apenas nove meses, informa a petição do advogado da família. No entanto, em dezembro de 2014, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) entregou o aparelho a outra criança alegando que Isabelly ainda não apresentava condições clínicas para passar pela cirurgia de implantação do marca-passo. A família e a 2ª Vara de Infância e Juventude de Curitiba contestaram o argumento e o governo precisou voltar atrás.