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Falta de equipamentos

Médico diz que uso de garrafas PET era imprescindível para salvar bebês

Agência Brasil
05 fev 2016 às 15:17

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- Reprodução/Arquivo Pessoal
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O médico Alailson Ferreira Lisboa, que cuidou do casal de gêmeos prematuros nascidos no Hospital de Jutaí (a 750 quilômetros de Manaus), afirmou que o uso de máscaras de oxigênio improvisadas com garrafas PET era fundamental para salvar a vida deles – um menino e uma menina. Ao falar sobre o atendimento prestado aos bebês na madrugada de 28 de janeiro, o médico informou que não havia equipamento, as chamadas máscaras de venturi, no tamanho adequado para os prematuros, que nasceram aos sete meses de gestação e ainda não tinham os pulmões formados.

"Ele [o procedimento] era mais que necessário, era imprescindível. Os bebês eram muito pequenos. Então qualquer aparato que nós tínhamos ali naquele momento no Hospital de Jutaí se tornava praticamente inútil. E eu tinha que fazer algo para a sobrevivência daqueles bebês que estavam com insuficiência respiratória. E me veio [a ideia] de fazer uma câmara artificial e a garrafa PET veio a calhar no momento porque dava pouca vazão, uma vez que as máscaras que tínhamos à nossa disposição eram bem maiores que o rosto das crianças, o oxigênio era pouco aproveitado por elas. Essa foi uma solução salvadora que ajudou uma das crianças a sobreviver", afirmou o médico.

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A menina, que tinha um quadro de saúde mais crítico, morreu oito horas após o parto. Segundo o médico, ela teve três paradas respiratórias. Questionado sobre a falta de equipamentos compatíveis com bebês prematuros, ele disse que o Hospital de Jutaí aguarda o governo do Estado providenciar a instalação de incubadoras.

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"Todo hospital deve ter as incubadoras justamente para essa situação. O problema é que as incubadoras estavam à disposição, mas não tinham sido instaladas pela equipe do estado, porque o hospital é do estado. O diretor chamou várias vezes, e por vários meses, a equipe técnica para instalar o material. Isso vem acontecendo muito", relatou.

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Em nota, o secretário de Saúde do Amazonas, Pedro Elias de Souza, lamentou que o órgão não tenha sido logo acionado para dar orientações e providenciar a imediata remoção aérea das crianças. Na segunda-feira (1º) uma equipe da secretaria foi enviada ao local para apurar o ocorrido e levar, em uma unidade de terapia intensiva (UTI) aérea, o bebê que sobreviveu para a Maternidade Ana Braga, em Manaus.


O médico que atendeu os gêmeos, no entanto, defende que a prioridade era dar estabilidade respiratória para as crianças para depois solicitar a transferência, até porque elas não teriam condições de viajar. Alailson Ferreira Lisboa contou ainda que o quadro de saúde do menino evoluiu bem e, depois de três dias internado, o bebê recebeu alta. Mas, menos de 24 horas depois, retornou ao hospital com febre e infecção urinária.

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O secretário Pedro Elias ainda na nota disse que "as unidades hospitalares de municípios de interior fora dos grandes centros, em sua grande maioria, são serviços de porte médio, que não têm unidades de Terapia Intensiva neonatais, dotadas de equipamentos como capacetes de O2, por exemplo, usados na oxigenoterapia de prematuros". Elias acrescentou que, devido às distâncias entre os municípios, o governo oferece serviço aeromédico de acordo com o grau de gravidade do estado dos pacientes.


Em nota, a secretaria informou que existem duas incubadoras no Hospital de Jutaí. "Uma delas apresentou problema, que foi relatado à equipe de inspeção que esteve no município, na última segunda-feira". A secretaria disse que vai enviar neste mês uma equipe técnica para cuidar da manutenção do equipamento. Sobre a outra incubadora, o órgão declarou que "apesar de ser de fácil instalação e manuseio", também vai enviar um técnico para dar treinamento à equipe do hospital.

Segundo a secretaria, o recém-nascido continua internado na UTI da maternidade em Manaus, com quadro clínico mais estável, mas ainda considerado grave.


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