O final do inverno e o início da primavera são marcados pelos surtos de catapora (também conhecida como varicela). Apesar de ser uma doença geralmente branda, benigna, ela pode apresentar complicações, principalmente em crianças pequenas, adolescentes, adultos e pessoas que estejam com a imunidade comprometida.
No ano passado foram registrados 492 surtos de catapora, no Estado de São Paulo, segundo dados da Secretaria de Saúde. "Não podemos afirmar que 2010 será pior, mas já é possível perceber uma tendência de aumento no número de casos aqui no Hospital Santa Isabel, que pertence ao complexo da Santa Casa de São Paulo", explica o pediatra do Hospital Santa Isabel, Marco Aurélio P. Sáfadi.
A catapora é provocada por um vírus altamente transmissível e o contágio pode ser pelo ar ou por contato direto com as lesões. Acomete principalmente crianças entre dois e dez anos. Os sintomas são febre baixa, mal-estar, dor de cabeça e dores musculares, seguidos de manchas na pele e bolhas. "A transmissão começa dois dias antes dos sintomas aparecerem, por isso a doença se prolifera rápido. Geralmente os pais só afastam os filhos da escola depois da confirmação do diagnóstico, nesse intervalo, muitas outras crianças podem ser infectadas", relata Sáfadi.
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O médico explica que, na maioria dos casos, o tratamento é feito em casa. "Só é necessária a internação quando o quadro evolui para infecções graves de pele, pneumonias, manifestações neurológicas, complicações nos rins e fígado, ou no caso da varicela hemorrágica, que pode levar o paciente à morte". Segundo Sáfadi, esse tipo mais grave da doença, felizmente é bastante raro.
As gestantes também precisam redobrar a atenção. No início da gravidez há risco de mal formação do feto, a chamada varicela congênita e nos últimos dias antes do parto o risco é da varicela perinatal, que atinge o recém-nascido, geralmente com formas bastante graves da doença.
A única forma de prevenir a doença é por meio de vacina, fornecida pela rede pública de saúde apenas para grupos de risco e em casos de surtos em escolas. Na rede particular, a criança deve recebê-la em duas doses, uma com um ano de idade e outra aos quatro anos.(Com Bauer Comunicação)