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Saúde pública

Médicos do HU/UEL fazem três cirurgias inéditas na região

Agência UEL
24 jan 2020 às 15:41

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- Divulgação/COM-HU
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Não é de hoje que o Hospital Universitário (HU/UEL) está na vanguarda do desenvolvimento técnico-científico em relação à saúde pública, a começar pela concepção de cursos na área da saúde, desde a criação do curso de Medicina, iniciado em 1967 e a implantação do HU/UEL, em 1971.

Além de credenciamento, e em condição de referência estadual, em diversas especialidades médicas, o HU/UEL é destaque na realização de cirurgias inéditas para o SUS (Sistema Único de Saúde). A primeira dessas cirurgias inéditas aconteceu em 1973, com o primeiro transplante de rim no Paraná, iniciando uma série de procedimentos que contribuem para a consolidação da condição de hospital-referência, tanto no Estado como nacionalmente.

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Só em dezembro de 2019 foram três novas cirurgias: duas sob responsabilidade do neurocirurgião Marcos Antônio Dias e a outra sob uma com o cirurgião cardiovascular César Eumann Mesas.

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BOMBA PARA INFUSÃO

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A primeira dessas cirurgias foi realizada em 13 de dezembro pelo médico Marcos Antônio Dias. Foi o implante de bomba para infusão de fármacos intratecal, voltada para pessoas com dor crônica intratável causado, entre outros, por espasticidade muscular severa e distonia (espasticidade congênita). A paciente foi uma mulher de 43 anos, técnica de enfermagem de Londrina.


A cirurgia é inédita para o SUS em Londrina e é feita para pacientes em que aplicação de medicamentos para dor não surte mais o efeito desejado. Uma bomba é implantada na coluna vertebral do paciente e passa a ter infusão automática de morfina, e na dose certa. "Com a cirurgia, a paciente que usava 60 mg de morfina passou a usar apenas 3mg, com o controle melhor proporcionado pelo implante da bomba", explica Dias.

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O cirurgião ressalta que não basta ao paciente querer a cirurgia. "A autorização para a cirurgia só é dada para quem já teve exauridas todas as outras possibilidades de tratamento eficaz, e depois de cerca de quatro meses de avaliação sobre a necessidade da cirurgia", explica.


DOENÇA DE PARKINSON

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A outra cirurgia foi realizada por Dias no dia 19 de dezembro, de ECP (Estimulação Cerebral Profunda), para portador de Doença de Parkinson - um homem de 51 anos - também inédita para SUS de Londrina. A cirurgia consiste em implantação de um eletrodo no cérebro do paciente. O eletrodo é conectado a um microcomputador (espécie de bateria), que é implantado na região do peito, como se fosse um marcapasso cardíaco.


"Não se trata de cirurgia experimental, na rede privada é feita desde 2002", informa Dias, que é pioneiro na técnica em Londrina. Como na outra cirurgia inédita, a avaliação foi rigorosa, só foi autorizada após, aproximadamente, quatro meses de exames. Em 40% dos casos os pacientes não são autorizados (não elegível) para a cirurgia.

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O paciente que passou pela cirurgia vive com a doença há dez anos e não via a hora de passar por ela. "A cirurgia melhora a motricidade, dá autonomia ao paciente e problemas com medicamento desaparece, mas exige expertise multiprofissional, como de neurocirurgião, neurologista, fisioterapeuta, entre outros", explica Dias.


Tanto no caso de bomba para infusão de fármacos intratecal como da estimulação cerebral profunda, os pacientes já tiveram consulta de retorno e, segundo Dias, estão "super bem". Nessa área, Marcos Antonio Dias é o responsável pela parte cirúrgica e o médico-docente Lúcio Baena é o titular da cadeira de neurologia clínica.

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FIBRILAÇÃO ATRIAL


O cirurgião cardiovascular César Eumann Mesas foi o responsável por outra cirurgia inédita para o SUS de Londrina, no HU/UEL. A cirurgia Oclusão de Apêndice Atrial Esquerdo por Cateterismo, realizado por Mesas, é a segunda para o SUS no país - o outro caso aconteceu apenas em Vitória (ES). Trata-se de uma prótese no coração para reduzir o alto risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral) em paciente com fibrilação atrial, em uma mulher de 82 anos, realizado no dia 13 de dezembro.


"Alguns pacientes não podem usar anticoagulantes para tratar a fibrilação atrial, por causa de efeitos colaterais, o que representa maior risco de derrame. E a única maneira de diminuir o risco é a prótese", explica Mesas. Segundo o cirurgião, a prótese oclui a estrutura e muda-se a forma de coágulos.

A fibrilação atrial ocorre quando as câmaras superiores do coração, ou átrios, não se contraem em ritmo síncrono, em vez disso, eles tremem ou fibrilam. Isto significa que eles batem muito rapidamente e de forma irregular. A cirurgia ainda não é incorporada ao SUS, mas já tem recomendação científica pelas sociedades brasileira e internacional. A paciente já teve consulta de retorno e está bem, segundo o médico.


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