Lideranças de entidades representativas do setor de saúde do Estado se reuniram nesta segunda-feira (15) em Curitiba e decidiram que vão pedir ao governo federal para que todos os paranaenses sejam vacinados contra a gripe A (H1N1).
No calendário definido pelo Ministério da Saúde para a vacinação, que teve início na semana passada, está previsto que 5 milhões de pessoas residentes no Paraná serão imunizadas, aproximadamente metade da população do Estado.
''Não existe caos, nenhum surto de nova gripe no Paraná no momento, mas precisamos nos prevenir'', afirmou José Fernando Macedo, presidente da Associação Médica do Paraná. ''Pleitearemos ao Ministério da Saúde para que toda a população paranaense, especialmente os menos assistidos, seja vacinada.'' ''Aqueles que não forem vacinados podem ficar vulneráveis'', argumentou Miguel Ibrahim Hanna Sobrinho, presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR). As entidades devem entrar em contato com deputados federais e senadores paranaenses para intermediar as conversas.
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Quando definiu o calendário de imunização contra a nova gripe, o MS estipulou períodos para a vacinação dos chamados grupos de risco - profissionais de saúde e indígenas, doentes crônicos e crianças de seis meses a dois anos, gestantes, idosos com doenças crônicas e pessoas entre 30 e 39 anos.
O Ministério é responsável pela aquisição das doses, que são repassadas aos Estados e municípios. O Governo Federal apontou que a vacinação dos grupos de risco já reduziria bastante a circulação do vírus.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que ''a vacinação em massa para a contenção de pandemia não é o foco da estratégia de enfrentamento da segunda onda pandêmica em todo o mundo''. ''Os objetivos da vacinação são manter o funcionamento dos serviços de saúde envolvidos na resposta à pandemia e reduzir o risco de desenvolver doença grave e morrer associado à pandemia da influenza. Esses objetivos somente serão alcançados se houver o cumprimento do que foi estabelecido, conforme parâmetros técnicos vigentes até o momento'', apontou o ministério.
Pressão
O secretário de Saúde do Paraná, Gilberto Martin, disse ontem que, enquanto gestor, está procurando cumprir o calendário de vacinação. Porém, ele é favorável à ideia de que toda a população seja vacinada. ''Entendo que, se conseguirmos vacinar todo mundo, acabamos com os riscos'', comentou. Ele citou que a inclusão da faixa etária entre 30 e 39 anos no calendário de vacinação teve influência de pressão exercida pelos Estados do Sul.
''O Ministério da Saúde estipulou que seriam vacinados grupos prioritários porque não havia disponibilidade de vacina para toda a população brasileira no mercado. Entretanto, isso pode mudar. Há informações de sobra de doses nos países do Hemisfério Norte'', explicou o secretário. Martin relatou que, desde o início de 2010, já foram confirmados 459 casos de nova gripe no Paraná, com sete óbitos.
Segundo números da Secretaria de Saúde do Paraná, na primeira etapa da campanha de vacinação contra a gripe A, já foram imunizados cerca de 40% dos profissionais de saúde paranaenses e cerca de 30% dos indígenas em aldeias.