Tudo começou há algumas semanas, quando a pequena Sofia, de apenas quatro anos idade, viu a sua vizinha, de 13 anos, com o cabelo curtinho. Curiosa, a menina perguntou para a mãe por que a adolescente tinha mudado o penteado. Marileiva Debiasio explicou à filha que a vizinha havia cortado o cabelo para doá-lo ao Hospital do Câncer de Londrina. A instituição transforma o material em perucas para os pacientes de pouca idade. Desconfiada, a garota quis saber mais sobre as crianças doentes, que ficavam carequinhas durante o tratamento. "Ela ficou com pena e, desde então, começou a pedir para ir ao cabeleireiro", contou Marileiva.
A mãe levou Sofia ao salão na terça-feira (18). "Falei para cortar só um pouquinho, mas não teve jeito. Ela quis deixar bem curtinho", observou. O resultado do corte, duas mechas bem recheadas de cabelo, será entregue ao hospital ainda nesta semana. "Ela quer ir pessoalmente, para conhecer as crianças", adiantou Marileiva.
O ato de Sofia surpreendeu a todos de sua casa. "Hoje em dia, as meninas usam os cabelos compridos, até as costas, mas ela nem pensou que ia ficar diferente das amiguinhas com o corte mais curto. Colocou a ideia na cabeça e não sossegou até ir ao cabeleireiro", destacou a mãe da menina.
Leia mais:
Pimenta diz não ver necessidade por ora de afastamento de Lula da Presidência após cirurgia
Com 1.176 casos de dengue, regional de Londrina lidera registros de dengue no Paraná
Lula evoluiu bem à cirurgia, está estável e conversa normalmente, dizem médicos
'Presidente encontra-se bem', diz boletim médico após cirurgia de Lula
A irmã mais velha de Sofia, Rafaela Debiasio, usou o Facebook para comentar a atitude da pequena. "E ela, sem saber, me ensina todos os dias de que ter um coração puro é uma das maiores dádivas que existe neste mundo", escreveu. Rafaela definiu a atitude da irmã mais nova como sendo de "gente grande". "A gente espera que ela seja exemplo para outras pessoas", concluiu Marileiva.
De acordo com informações do Hospital do Câncer, a campanha de doação de cabelos foi suspensa no mês passado por conta do Outubro Rosa, mas voltou a ser realizada pela instituição no início deste mês. O hospital informou estar aberto para receber as doações: foram mais de 800 desde o início deste ano.
O problema, conforme a instituição, é a falta de salões disponíveis para a confecção das perucas. Atualmente, o hospital conta com apenas um estabelecimento voluntário para a realização da iniciativa. Tanto é que o grande número de doações resultou na confecção de apenas 30 perucas até então.