O Ministério da Saúde lança neste sábado (6) o Mês de Vacinação dos Povos Indígenas (MVPI) 2017. A ação se estenderá até o dia 21 de maio e tem como objetivo reforçar a imunização dessas populações, alcançando aldeias, áreas de difícil acesso e com baixa cobertura vacinal.
Serão ofertadas 180 mil doses de vacina contra diversas doenças, como hepatite B, paralisia infantil, difteria, tétano, coqueluche, meningite, influenza, caxumba, febre amarela, HPV entre outras. Para realizar a mobilização, que acontece em lugares de difícil acesso, o Ministério da Saúde está investindo mais de R$ 4,5 milhões, incluindo despesas com logística, transporte e imunobiológicos.
A cerimônia de abertura ocorrerá concomitantemente ao lançamento do 15º Mês de Vacinação das Américas, evento coordenado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em diversos países da América Latina. Para este ano, o local escolhido foi a Aldeia Linha 9 Amaral, localizada no DSEI Vilhena, município de Cacoal (RO), no Brasil. Está confirmada a participação das lideranças indígenas das etnias Suruí, Cinta-Larga e Rikbatsa, além do secretário Especial de Saúde Indígena, Marco Toccolini, corpo técnico da Secretaria de Vigilância em Saúde, o oficial de família, gênero e curso de vida, da OPAS/OMS, Bernardino Vitoy.
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Os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) do país receberão uma força-tarefa, com a missão de imunizar 114 mil indígenas aldeados em todas as regiões do país, abrangendo 82 Polos Base, 1.012 aldeias e 138 etnias. O Mês de Vacinação dos Povos Indígenas é uma ação organizada anualmente pela Secretaria Especial de Saúde Indígena, que visa fortalecer a vigilância epidemiológica das doenças imunopreveníveis nas aldeias e intensificar atividades de rotina para completar esquemas de vacinação.
Mais de 3 mil profissionais já estão envolvidos na ação e mais da metade (50,5%) são Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e de Saneamento (AISAN). Também compõem a equipe médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, cirurgiões dentistas e auxiliares de saúde bucal, que integram as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI). A logística dessa vacinação é diferenciada, levando em consideração as especificidades dessa população e as necessidades de transporte das equipes e insumos até as aldeias, seja por carro, barco, helicóptero ou avião.
Para realizar a mobilização em lugares distantes dos grandes centros e muitas vezes isolados, o Ministério da Saúde está investindo mais de R$ 4,5 milhões, incluindo despesas com logística, transporte e imunobiológicos. O Mês de Vacinação dos Povos Indígenas teve início em 2005 e faz parte da Semana de Vacinação nas Américas, liderada pela OPAS. No Brasil, a ação acontece no mesmo período da campanha de vacinação contra a gripe, realizada nos meses de abril e maio.
IMUNIZAÇÃO - A vacinação indígena é uma ação universal, tendo em vista que abrange toda a população e está disponível em todos os DSEIs. Sua operacionalização nas áreas de difícil acesso é complexa, não apenas devido a fatores como diversidade cultural e dispersão geográfica, mas também à necessidade de acondicionamento, conservação e transporte, em condições especiais, dos imunobiológicos. Com duração de um mês, a ação ofertará doses de vacinas contra infecções bacterianas graves que fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas.
A ideia é intensificar a imunização da população mais vulnerável, como crianças de até quatro anos, mulheres em idade fértil e idosos, que vivem em áreas de difícil acesso e onde há baixa cobertura vacinal. Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas também definirão quais as áreas prioritárias de suas regiões. Além da imunização, os DSEIs aproveitarão a oportunidade para realizar várias atividades durante a ação, estre elas: avaliação nutricional, atendimento odontológico, testes rápidos de HIV/Hepatites/Sífilis, consultas de pré-natal e exames laboratoriais e clínicos, aplicação de vitamina A, palestras educativas, entre outras coisas.
DSEIs - Parte da estrutura da Sesai e do Ministério da Saúde, os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) são unidades gestoras descentralizadas do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Os Distritos respondem regionalmente pela execução de ações de atenção à saúde nas aldeias, de saneamento ambiental e edificações de saúde em áreas indígenas. Essas unidades estão divididas por critérios territoriais, tendo como base a ocupação geográfica das comunidades indígenas, muitas vezes abrangendo mais de um município e, em alguns casos, mais de um estado. Cada distrito abriga um grupo de Polos-Base, unidades de apoio aos DSEIs e às Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) que atuam nas aldeias.