O poder público quer fechar o cerco contra a dengue em Londrina. A prefeitura decretou alerta epidemiológico por conta da doença e realiza, desde o início da semana, visitas em imóveis de regiões que possuem elevados índices de infestação do mosquito Aedes aegypti. "O principal objetivo envolve eliminar os criadouros do mosquito e evitar a proliferação da doença", destacou o promotor de Defesa da Saúde Pública em Londrina, Paulo Tavares, recomendando, ainda, "tolerância zero" contra quem quiser atrapalhar o trabalho dos agentes de endemias na cidade. "A pessoa que impedir o funcionário de entrar em imóveis precisa ser presa em flagrante e responder por crime contra a administração pública", advertiu.
Tavares lembrou que, por conta do decreto de alerta epidemiológico, os agentes estão com a entrada liberada em qualquer imóvel do município. "Eles têm a permissão de forçar o acesso, caso seja necessário, para fazer o trabalho e salvaguardar, assim, os direitos da população", completou.
De acordo com o último Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), Londrina está com 7,9% de índice de infestação do mosquito. Ou seja, cerca oito a cada cem residências do município possuem criadouros do inseto. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o valor considerado satisfatório é abaixo de 1%. Entre 1% e 3,9%, o estado é considerado de alerta e, acima de 3,5%, há risco de surto para dengue. "Estamos com quase 3 mil casos confirmados e um clima propício, de calor e chuva, para a situação ficar ainda pior. É preciso que o trabalho seja feito, e o mais rápido possível", alertou o promotor.
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A comitê de ações contra a dengue, formado por Ministério Público (MP), Secretaria de Saúde e Conselho Municipal de Saúde, se reuniu na manhã desta sexta-feira para discutir as principais medidas a serem adotadas neste momento.
A reunião contou com a participação de diversos representantes de entidades públicas e privadas, que estão preocupadas com o alerta epidemiológico. "O município prometeu fazer a contratação emergencial de ainda mais agentes de endemias e manter um cronograma de ações constantes, com visitas às regiões mais afetadas para a eliminação dos criadouros do mosquito e a coleta de material que pode acumular água parada", listou Paulo Tavares.