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Abstinência

Mulheres têm mais dificuldade para deixar o cigarro

Heloísa Prado - Bonde
23 ago 2006 às 19:09

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A falta do efeito antidepressivo do cigarro e o aumento de cerca de 4% de peso corporal são alguns dos fatores que fazem com que a mulher sinta mais dificuldade de largar o cigarro que o homem. Enquanto ele consegue parar de fumar com gomas de mascar ou, muitas vezes, até sozinho, a mulher sente mais necessidade do uso de medicamentos durante o processo. As informações são do UOL.

Segundo o cardiologista e diretor médico da Cooperativa Moema de Saúde, Edmar Santos, a mulher também é esteticamente mais cobrada e biologicamente mais dependente. "Socialmente, a mulher é mais cobrada e encontra no cigarro uma fuga. Biologicamente, ela possui mais receptores para a nicotina, o que causa no organismo uma maior dependência química", explica.

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As conseqüências do cigarro na mulher são também, em certos aspectos, mais devastadoras. O cigarro antecipa a menopausa, aumenta as chances de derrame, infarto, aneurisma de aorta e, durante a gravidez, de abortos e nascimento de bebês prematuros.

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"Uma mulher que fuma tem de 2 a 4 vezes mais chances de sofrer um infarto que uma não-fumante. Quando há o uso concomitante de anticoncepcionais, este número pula para 10. E com relação a derrames, o risco passa a ser simplesmente 20 vezes maior", afirma Santos.

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Já a menopausa é antecipada na relação dose-resposta. "Quanto mais a mulher fuma, mais precocemente vem a menopausa e, com ela, todas as preocupações relacionadas, como, por exemplo, a osteoporose", diz.


Para parar de fumar há vários tratamentos específicos. O primeiro passo é ter motivação e força de vontade. "Esta é a primeira etapa do processo, que pode ser acompanhada, inclusive, de ajuda psicoterápica. Depois, pode-se usar chicletes de nicotina ou mesmo medicamentos específicos", conclui o cardiologista.

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Para obter sucesso na empreitada contra o tabaco é importante estar consciente de algumas dificuldades que serão enfrentadas, como:


Síndrome de abstinência - dura de 1 a 2 semanas e pode manifestar entre outros sintomas a vontade intensa de fumar, dor de cabeça, tonteira, irritabilidade, alteração do sono, tosse e indisposição gástrica;


Possíveis recaídas - não significam necessariamente um fracasso, se o fumante persistir em largar o cigarro;

Medo de engordar - é normal ganhar em média 2 quilos, porque o paladar vai melhorando e o metabolismo se normalizando. Para evitar o ganho excessivo de peso basta manter uma dieta equilibrada com alimentos de baixa caloria, frutas, verduras e legumes. Beber sempre muito líquido, de preferência água e sucos naturais, além de evitar café e bebidas alcoólicas, que podem ser um convite ao cigarro.


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