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Em 2017

Novo laboratório da Fiocruz vai nacionalizar produção de remédios biológicos

Agência Brasil
09 dez 2016 às 18:59

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- Divulgação/Bernardo Portella/Fiocruz
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Medicamentos que são importados a um alto custo para o tratamento de doenças crônicas começam a ser produzidos na Fundação Oswaldo Cruz no ano que vem. Em meados de junho, a Fiocruz vai fornecer ao Sistema Único de Saúde biofármacos com produção nacionalizada. A estimativa do Ministério da Saúde é que esse processo de transferência de tecnologia gere uma economia inicial de 30%.

A nova estrutura começou a ser construída em 2006 e foi inaugurada hoje (9) pelo ministro da saúde, Ricardo Barros, com o nome de Centro Henrique Penna - Protótipos, Biofármacos e Reativos.

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Segundo o diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológico Bio-Manguinhos, Artur Couto, a inauguração do novo centro de produção de insumos e medicamentos da fundação permitirá que a Fiocruz fabrique também as matérias-primas dos remédios. "Já produzimos biofármacos e já fornecemos para o ministério, mas a produção que é mais valiosa, que é a da matéria-prima, começa a partir de junho", disse Artur Couto.

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O ministro Ricardo Barros disse que os medicamentos biológicos custam R$ 8 bilhões por ano e centros como o da Fiocruz e o Instituto Butantan estão sendo equipados para receber transferência de tecnologia e produzi-los no Brasil. Com a produção em laboratórios públicos como o inaugurado na Fiocruz, a ideia é economizar inicialmente cerca de R$ 2 bilhões.

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"As parcerias para desenvolvimento produtivo, que representam a transferência de tecnologia para o Brasil daqueles medicamentos que são os mais demandados e os mais caros, representa de inicio 30% de economia", afirmou Barros, Ele ressaltou que a produção nacional também gera empregos e arrecadação de impostos.


O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, destascou que doenças crônicas como o câncer e a artrite reumatoide requerem medicamentos biológicos em seus tratamentos e que a importação eleva os custos para o SUS. "Eles são de um valor que seria impossível fornecer para a população se não tivermos a incorporação à tecnologia nacional e capacidade de produzir e desenvolver no país", disse Gadelha.

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Para o presidente da instituição, o centro preenche lacunas fundamentais para a chegada de produtos essenciais à população.


O novo espaço, que terá a maior planta de protótipos para produtos biofármacos da América Latina, recebeu investimento de R$ 478 milhões. Os protótipos são importantes para verificar se as vacinas desenvolvidas mantêm sua eficácia quando são produzidas em escala industrial.

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No complexo tecnológico serão produzidos reativos para testes de zika, chikungunya, dengue e outras doenças. Inicialmente, deve ser fabricada também a Alfaepoetina, usada no tratamento da anemia em pessoas com insuficiência renal, soropositivos que se tratam com AZT e pacientes oncológicos em quimioterapia.


Por meio das parcerias de desenvolvimento produtivo, o centro deve fabricar Filgrastima, usada para tratar efeitos colaterais em pacientes com câncer, e a Somatropina, indicada para tratar deficiência do crescimento.

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Protesto


Ao chegar à Fiocruz, o ministro da Saúde foi recebido por um grupo de servidores e estudantes da instituição que protestavam contra a PEC do Teto de Gastos. No ato, os manifestantes usaram apitos, tambores e cartazes em defesa do SUS e contra a Proposta de Emenda à Constuição (PEC) 55 – a PEC do Teto – que limita os gastos públicos. Para o sanitarista Geandro Pinheiro, de 47 anos, "a pauta adotada pela pasta no atual governo é anti-SUS".


"Estamos nos manifestando contra os diversos ataques que estão sendo feitos ao Estado de Direito e, no nosso caso, à saúde", disse o sanitarista, que criticou a ideia de planos de saúde populares, segundo ele defendida por Barros, e também a proposta do governo que limita os gastos por 20 anos. "Queremos que ele tire toda a pauta que está colocando, que é da mercantilização e da diminuição do SUS."

O ministro da Saúde, disse, em entrevista após o evento, que a PEC 55 estabelece um piso, e não um teto, para a saúde. "O teto é para os gastos globais do governo, e a saúde terá um orçamento maior, com o piso que é de 15%. Essa é uma discussão estéril."


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