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Em desenvolvimento

Novo medicamento pode salvar gestantes com eclampsia

Redação Bonde com assessoria de imprensa
11 jan 2013 às 15:30

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- Reprodução
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Doenças relacionadas à cerca de 40% das mortes ocorridas na gestação e no parto no Brasil, a pré-eclampsia e a eclampsia podem ser superadas em breve. Tratamento inédito desenvolvido por um grupo de pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a União Química Indústria Farmacêutica, detentora da licença da patente do medicamento, já passou na primeira fase dos testes clínicos. Trata-se de um anti-hipertensivo para uso durante a gravidez.

Entre 2009 e 2011, a fórmula foi aplicada em 14 gestantes com pré-eclâmpsia grave, caso em que interrupção da gravidez era recomendada. "A medicação melhorou a função dos vasos sanguíneos sem ter sido tóxica para as mães ou para os fetos", explica o médico Robson Augusto Souza dos Santos, responsável pela pesquisa e professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.

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O medicamento é baseado em um fragmento de proteína produzido pelo próprio organismo humano, a angiotensina (1-7), que atua no controle cardiovascular, ajudando a dilatar as paredes das artérias. A substância, produzida em todas as células, integra o sistema renina-angiotensina, que atua na corrente sanguínea, nos rins e no coração. "Com função vasodilatora, a angiotensina(1-7) regula a pressão arterial e em grávidas que sofrem de pré-eclâmpsia, há redução dos níveis dessa substância no plasma sanguíneo", relata o médico.

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Ainda de acordo com o professor, uma das vantagens do uso da molécula no controle da doença é que ela não apresentaria toxicidade para a mulher e o embrião, em qualquer de suas fases, pois é uma substância produzida pelo organismo humano, que aumenta naturalmente na gravidez normal. "A maioria dos medicamentos anti-hipertensivos disponíveis são contraindicados para grávidas, pois desencadeiam malformação em órgãos dos fetos", acrescenta.


A pré-eclampsia se manifesta mais frequentemente entre as mulheres grávidas pela primeira vez, no último trimestre de gestação. A enfermidade pode evoluir silenciosamente e os sinais mais comuns são a elevação da pressão arterial, dor de cabeça, presença de proteína na urina e deterioração das funções do fígado e dos rins. Em sua fase mais severa, a eclâmpsia pode gerar convulsões, distúrbios visuais, descolamento da placenta e acidente vascular cerebral.

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Apesar da alta incidência a doença ainda é pouco compreendida no meio especializado. "Há diversas teorias, mas até hoje não se sabe exatamente como é o mecanismo da eclampsia e como se dá a interação de tantas variáveis, como as ambientais e genéticas, por exemplo, em seu desencadeamento", destaca Santos.


Pesquisa

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O próximo passo da pesquisa, previsto para o primeiro semestre deste ano, é ampliar os ensaios para uma amostragem maior, de 100 mulheres. Depois, envolver outros centros de pesquisa do país e, possivelmente, do exterior - o chamado estudo multicêntrico.


"Imaginamos que todos os testes clínicos sejam concluídos em dois anos e o medicamento poderá ser lançado comercialmente dentro de cinco anos. Esse prazo irá depender da parte regulatória dos órgãos competentes", explica o diretor médico da União Química, Miguel Giudicissi.

Para esses testes, a União Química já aprovou investimento. A formulação oral, em comprimidos, já foi testada em camundongos e, este ano, será administrada em humanos saudáveis e pacientes hipertensos. "Essas etapas são necessárias para garantir a segurança no uso do medicamento. Se tudo der certo, essa rota poderá ser utilizada em mulheres com risco de desenvolver pré-eclampsia", acredita o coordenador da pesquisa.


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