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Número de obesos supera o de pessoas com fome no mundo

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
21 ago 2019 às 14:51

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A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) divulgou recentemente os dados do relatório anual sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo. E pela primeira vez o número de obesos (830 milhões) superou o de famintos (820 milhões). De acordo com a agência da ONU (Organização das Nações Unidas), há relação direta entre insegurança alimentar e obesidade e o vilão dessa equação é o alimento ultraprocessado. Confirmando a tendência mundial, no Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam para crescimento de 67% no número de obesos entre 2006 e 2018, maior índice em 13 anos.

"Vivemos novamente um grande dilema. A população aumenta e não se consegue produzir alimentos de "forma natural" que abasteça e alimente a todos, aí sugere-se que precisamos dos alimentos industrializados. Por outro lado, esses alimentos são os grandes responsáveis pelo aumento da ingestão de sal, gorduras e açúcares que consequentemente levam à obesidade e suas doenças associadas. A maior parte da população mundial e do Brasil é de pessoas de baixa renda, que são o principal mercado consumidor dos alimentos ultraprocessados, por serem mais baratos e na maior parte das vezes não perecíveis. Na tentativa do equilíbrio orçamentário dessas famílias, com certeza essa é a "alimentação" de escolha", destaca o médico Cid Pitombo, especialista no tratamento da obesidade e coordenador do Programa de Cirurgia Bariátrica do Estado do Rio de Janeiro.

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O fato é que uma em cada cinco pessoas está obesa no Brasil e mais da metade da população está com excesso de peso, tornando a obesidade uma epidemia e um problema real de saúde pública. Pitombo alerta para a necessidade de políticas públicas de controle do alimento industrializado, como já fazem alguns países com importantes resultados.

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"O Governo deve atuar na garantia do bom hábito alimentar em escolas, na orientação às famílias sobre correto uso de alimentos e no controle do acesso ao alimento industrializado, que claramente, por ser mais barato, de baixo valor nutricional e alto valor calórico, leva a um sério problema de saúde pública que é a obesidade. O Estado precisa intervir neste lado. Prevenção com hábito saudável de alimentação, mais acesso a possibilidades de atividade física na boa orientação às famílias", destaca Cid Pitombo.

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Biscoitos, refrigerantes e macarrões instantâneos, apesar de serem barato, não ajudam a nutrir e tem alto valor calórico. O especialista defende que essa luta precisa ser travada pelo Estado brasileiro, a fim de melhorar a condição de acesso aos alimentos saudáveis, em preço, até com subsídios, para que a família possa ofertar às crianças opções melhores.


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