O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou os avanços em doação e cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS). Em uma década, o Brasil aumentou em 118% o número de transplantes no país, saltando de 12.722 cirurgias, em 2002, para 24.473, em 2012. O investimento público no setor está na ordem de R$ 1,4 bilhão, quatro vezes mais que o total de recursos aplicados dez anos atrás.
Com a maior oferta de serviços, melhorias na captação de órgãos e o aumento do número de cirurgias, o número de pessoas aguardando por um transplante no país caiu 40% no período. A fila passou de 64.774 pessoas, em 2008, para 38.759, em 2013.
Pela primeira vez, o Brasil conseguiu zerar a fila de espera para o transplante de córnea em quatro estados (Pernambuco, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul) e o Distrito Federal. Nessas regiões, a capacidade instalada dos serviços especializados e a quantidade de doações são suficientes para atender a demanda atual, sem que o paciente precise aguardar numa lista.
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Juntos, os quatro estados e o DF realizaram 3.967 cirurgias de córnea no primeiro semestre deste ano, o equivalente a 58% do total no país. Comparado com os primeiros seis meses de 2012, quando ocorreram 7.777 atendimentos, houve redução de 13% na fila. Em outros sete estados (AC, MS, ES, SE, RN, MT e MG), a espera por transplante de córnea foi reduzida com tendência a zerar as listas.
Além dos avanços nas cirurgias de córnea, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou o aumento de transplante de grande complexidade refletindo no crescimento de 35% nas cirurgias de coração e pulmão, entre os anos de 2010 e 2012, e de 12% para transplante de fígado, no mesmo período. "Em 2010, havia concentração dos serviços. Os dados do balanço mostram o acerto das medidas adotadas pelo Ministério, em parceira com os estados e municípios", completou.
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS – Um dos fatores para esses avanços é a melhor aceitação familiar quanto à doação. A negativa para doação caiu de 80%, em 2003, para 45%, em 2012. Outro dado que reforça essa mudança de comportamento é a de que o Brasil levou 23 anos (1987 a 2010) para chegar a 9,9 doadores por milhão de pessoas enquanto, nos últimos três anos, esse índice cresceu para 13,5. A meta é chegar a 15 doadores por milhão até 2014.
Atualmente, 95% das cirurgias no país são realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS). O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é gerenciado pelo Ministério da Saúde, pelos estados e municípios. O Ministério da Saúde vem investindo na adoção de medidas para estimular a doação de órgãos no país por meio de campanhas e ações de mobilização. Uma dessas ações foi a parceria firmada entre o MS e o Facebook, em que o internauta declara ser doador em seu perfil. De 2012 eram 121 mil e, hoje, são 135 mil, aumento de 12% no número de internautas que se declaram doadores.