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Pesquisa inicial

Obesidade estaria ligada a comportamento de bactérias, diz estudo chinês

Redação Bonde
29 abr 2014 às 08:16

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- Divulgação
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Um novo estudo de cientistas chineses lançou recentemente a proposição da relação entre obesidade e determinadas bactérias do corpo humano.

Segundo os cientistas, algumas bactérias encontradas nas vísceras podem realizar um trabalho abrangente no organismo, incluindo a redução de calorias.

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Testes já foram realizados com ratos em laboratórios, mas a pesquisa em humanos ainda está em fase inicial.

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Dados da Organização Mundial de Saúde sobre a obesidade atestam que mais de 1,4 bilhão de adultos a partir dos 20 anos estavam acima do peso em 2008, entre eles 200 milhões de homens e 300 milhões de mulheres. Os dados dobraram desde 1980.

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Redução de peso


O estudo chinês, de Xangai, publicado na revista científica Microbiology Ecology, realizou um levantamento com 93 pessoas obesas com IMC (Índice de Massa Corporal) médio de 32 (considerado obesidade grau 1).

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Para o teste, o grupo de pessoas consumiu uma dieta rica em legumes, verduras, alcachofra e tofu, além de alimentos que estimulavam a produção de algumas bactérias e inibiam outras. O peso e as medidas eram monitorados frequentemente. Além disso, os participantes respondiam questionários, detalhavam o cardápio das últimas 24 horas e realizavam testes físicos.


Após nove semanas, a média de perda de peso foi de 5 kg. Depois, parte dos participantes (45%) ainda prosseguiu com a dieta e registrou menos 6 kg em média no total, após 23 semanas.

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Além do registro da perda de peso, os pesquisadores ainda afirmaram que os índices de bactérias nocivas caíram, enquanto o nível de bactérias benéficas aumentou.


Outro benefício apontado pelo estudo se deu na diminuição da obstrução de artérias e danos em vasos sanguíneos do coração, além de menores níveis de proteína C reativa.

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Apesar das conclusões, os cientistas foram cautelosos e afirmaram que não se pode atestar com precisão se o resultado alcançado proveio apenas das bactérias manipuladas no intestino dos participantes.


Interação complexa

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Liping Zhao, um dos pesquisadores do projeto, da Shanghai Jiao Tong University, afirma que a interação de bactérias no intestino é crucial. Segundo ele, um índice alto de bactérias que produzem toxinas, como as enterobactérias, pode estimular o organismo a desenvolver resistência à insulina, o que interromperia o processo de satisfação após uma refeição. Ele ainda completa ao exemplificar que, neste caso, ao invés de se satisfazer com um prato de arroz, a pessoa precisaria de cinco, dez ou até 20.


O pesquisador ainda afirma que as bactérias também podem incentivar o organismo a queimar gordura. "Está na hora de o público saber das evidências científicas que temos, que demonstram que bactérias têm um papel central na obesidade", defende.

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Controvérsias


O estudo chinês foi realizado com base em uma pesquisa anterior que associava a bactéria B29 com a obesidade e apesar das conclusões, outros especialistas ainda defendem a existência de mais estudos na área para abranger a complexidade das funções das bactérias.


A partir disso, Stephen Bloom, do Imperial College London, pontua: "Existem dez vezes mais bactérias no organismo do que células". Ele ainda dá um exemplo cotidiano: a disenteria introduz diversas bactérias no organismo, o que leva à perda de peso. Ele ainda completa afirmando que é difícil estabelecer uma relação padrão entre o corpo e os microrganismos, uma vez que eles costumam mudar conforme as regiões do mundo, países, dentre outros fatores.


Bloom ainda destaca que na pesquisa chinesa, o cardápio foi alterado, o que pode explicar a perda de peso.


Alison Tedstone, diretora do órgão inglês de saúde pública, questionou a pesquisa. "O estudo faz associações interessantes, a questão é, como transformá-lo em orientação válida para o público em geral?"


Tedstone ainda manteve as recomendações: tenha "uma dieta saudável e equilibrada" e faça exercícios físicos.

(Com informações da BBC Brasil)


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