Crianças em idade pré-escolar que têm paladar extremamente seletivo podem também estar mais sujeitos a problemas relacionados à saúde mental, segundo estudo. A pesquisa concluiu que as crianças "enjoadas" para comer têm mais de duas vezes o risco de serem diagnosticadas com depressão ou ansiedade social em comparação a crianças que consomem uma grande variedade de alimentos.
Mesmo um paladar moderadamente seletivo foi relacionado com algumas dificuldades psicológicas. Essas crianças estão mais propensas a ter sintomas de depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) do que crianças com dietas mais variadas.
Segundo os pesquisadores, apesar de o estudo não esclarecer a natureza exata da relação entre os hábitos alimentares e a saúde mental das crianças, os resultados mostram que o problema deve ser levado mais a sério e que profissionais de saúde devem interferir em casos extremos de paladar seletivo.
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"Essa não é apenas uma história de pais indulgentes ou crianças malcriadas", diz a autora do estudo, Nancy Zucker, diretora do Centro de Transtornos Alimentares da Universidade Duke, nos Estados Unidos. "Essas são crianças que são profundamente sensíveis ao mundo externo e interno - então as coisas têm cheiros mais fortes e elas podem ter sentimentos mais intensos."
Receio de alimentos novos é normal
É normal que crianças pequenas passem por um período em que tenham receio de alimentos desconhecidos ou se recusem a consumir mais do que um punhado de itens diferentes, apesar de que a maior parte das crianças supera isso durante o ensino fundamental. Não é necessariamente prejudicial desde que as crianças mantenham um peso saudável para sua altura, dizem os pediatras.
Para o estudo, que foi publicado na revista "Pediatrics", Zucker e seus colegas questionaram cuidadores de 917 crianças de 2 a 5 anos. A ocorrência de paladar seletivo doi comum, com quase 20% dos pais tendo reportado que seus filhos exibiam esse comportamento a maior parte do tempo. Entre as crianças enjoadas para comer, 185 tinham aversão moderada a alimentos, o que tinha como consequência uma dieta restrita, e outras 37 tinham hábitos alimentares muito restritos que limitavam sua habilidade de comer com outras pessoas.
(com informações do site G1)