Pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgada nesta terça-feira, 21, mostra que 58% dos usuários têm reclamações contra seus planos de saúde. A principal queixa é quanto à demora no atendimento em pronto-socorro, laboratório ou clínica (26%). Além disso, 21% dos entrevistados disseram existir poucas opções de médicos, hospitais e laboratórios e 14% precisaram recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS) por conta da negação de cobertura ou da restrição de atendimento do plano. De acordo com o CFM, o levantamento "comprova a alta correlação entre a experiência negativa vivenciada pelos pacientes e seus familiares e a insatisfação com o atendimento prestado pelos planos".
As principais reclamações dos usuários quanto ao atendimento médico se devem à dificuldade de marcar uma consulta e à cobrança de valores adicionais à mensalidade - cada um desses problemas foi citado por 19% dos pesquisados. "A pesquisa captou ainda relatos de usuários dos planos que tiveram de deixar um cheque caução para ser atendido, não encontraram vaga para internação, foram transferidos para outro hospital por determinação do plano e tiveram alta médica imposta pelo plano antes da determinação do médico", informa o conselho, em seu site na internet. Já 18% lembraram o descredenciamento do médico procurado, 13% o excesso de burocracia e 12% a negativa de cobertura de procedimento ou exame.
Apesar de a maioria dos usuários ter relatado problemas, 76% se dizem satisfeitos com os serviços prestados. As melhores avaliações correspondem à quantidade de laboratórios (citados por 83%) e de médicos (76%). As piores avaliações se deram quanto ao custo das mensalidades (66%) e ao número de hospitais disponíveis (69%).
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Segundo o estudo, oito em cada dez usuários de plano de saúde buscaram atendimento médico no último ano: 75% para consultas médicas, 67% para exames diagnósticos, 32% para pronto atendimento e 15% para internação hospitalar.
O usuário comum de plano de saúde, de acordo com a pesquisa, faz parte das classes A e B, com renda superior a três salários mínimos, e integram a parte da população economicamente ativa, o que, segundo o CFM, explica o alto índice de planos coletivos (52%).
A pesquisa foi feita pelo Instituto DataFolha com 2.061 pessoas em 145 municípios, de 4 e 5 de abril de 2011.