Uma pesquisa realizada no Canadá sugere que más notícias, por exemplo as que detalham assassinatos, afetam mais as mulheres do que os homens.
As mulheres pesquisadas produziram mais hormônios relativos ao estresse ao serem expostas a notícias negativas. Esses efeitos não foram observados nos homens.
Os pesquisadores da Universidade de Montréal juntaram recortes de jornais com notícias de acidentes e assassinatos e também histórias mais neutras, sobre estreias de filmes, por exemplo.
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Homens e mulheres leram os recortes com as notícias negativas e neutras e foram submetidos a exames para detectar os níveis do cortisol, hormônio relacionado ao estresse, durante todo o período do estudo.
"Apesar de as notícias por si só não terem aumentado os níveis de estresse, elas fizeram com que as mulheres ficassem mais reativas, afetando as respostas psicológicas delas a situações estressantes que ocorreram depois", afirmou Marie-France Marin, uma das pesquisadoras da Universidade de Montréal.
Nos homens, os níveis de cortisol não se alteraram.
Para a pesquisadora, "é difícil evitar as notícias, levando em conta a variedade de fontes de notícias por aí".
"E se essas tantas notícias forem ruins para nós? Certamente parece ser o caso", acrescentou.
Ameaça aos filhos
Os cientistas sugeriram que as mulheres podem identificar melhor possíveis ameaças aos filhos, o que afeta a forma como elas reagem ao estresse.
"Segundo estudos envolvendo autoavaliações, mulheres afirmaram que, em média, 'reagem mais ao estresse' do que homens", afirmou o professor Terrie Moffitt, do Instituto de Psiquiatria no King's College de Londres.
"Este estudo acrescenta novas e fascinantes provas de mudança no hormônio do estresse depois de um desafio experimental."
"Os pesquisadores do estresse enfrentam um verdadeiro quebra-cabeça dos gêneros. Como grupo, as mulheres parecem reagir mais a fatores estressantes, mas elas vivem mais do que os homens", disse Moffitt.
"Como as mulheres conseguem neutralizar o efeito do estresse em seus sistemas cardiovasculares? Uma resposta para essa pergunta poderia melhorar a saúde de todos", afirmou.
No entanto, outros especialistas afirmaram que o estudo da Universidade do Canadá é pequeno, então seriam necessários mais testes e exames para chegar a suas conclusões.