A Polícia Civil emitiu uma nota oficial no final da tarde desta quinta-feira (28) informando que não partiu da delegada Paula Brisola, titular do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), a transcrição das gravações sobre as investigações na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. Em um dos trechos transcritos, que seriam correspondentes a conversas da médica Virginia Soares de Souza com a equipe da UTI, a palavra "assassinar" aparecia no lugar de "raciocinar".
A frase era "Nós estamos com a cabeça bem tranquila pra raciocinar", o que foi interpretado de forma errada. As gravações foram captadas com ordem judicial em um ramal da UTI e indicariam que a médica determinou a morte de pacientes no hospital, o que ela nega.
De acordo com a polícia, Paula não pode comentar nada sobre as interceptações telefônicas pelo fato de elas estarem sob sigilo legal. "Se alguém tomou conhecimento de parte do inquérito, via advogados de defesa e nunca Polícia Civil, já a instituição não abriu nada para a imprensa, vai notar que há nos autos uma corrigenda substituindo o verbo 'assassinar' por 'raciocinar'", diz a nota da corporação.
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A Polícia Civil também informou que todos os mandados de prisão expedidos pela Justiça neste caso, até o momento, foram concedidos devido à análise de um inquérito com cerca de mil páginas e não por um verbo, "como tenta provar o advogado de defesa de uma das suspeitas".
O caso - Virgínia foi presa no dia 19 de fevereiro enquanto trabalhava na UTI geral do Hospital Evangélico. Ela é investigada por envolvimento na antecipação de mortes de pacientes que estavam internados no local. A Polícia Civil investiga os óbitos que ocorreram no setor desde 2006, ano em que a médica assumiu a chefia da UTI. Outros três médicos e uma enfermeira também foram presos.
Na tarde de segunda-feira (25), a Vara de Execuções Penais determinou a quebra do sigilo das investigações, atendendo a um pedido do próprio Nucrisa. (Com informações do G1 PR e da Rádio Banda B)