A Polícia Civil investiga em Curitiba casos de pacientes de pelo menos cinco hospitais privados que sofreram golpes de pessoas que se passam por médicos e oferecem medicamentos a preços mais baixos. O paciente, acreditando na história, deposita dinheiro em uma conta bancária e tem o dinheiro roubado.
Desde agosto de 2013, segundo o delegado Marcelo Leme de Oliveira, da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC), 12 pessoas já registraram boletins de ocorrências na delegacia com a denúncia de golpes. Os casos envolvem os hospitais Marcelino Champagnat, Constantini, Erasto Gaertner, Pequeno Príncipe e Nossa Senhora das Graças.
Os investigadores ainda não concluíram se os golpes são praticados por uma ou mais pessoas, nem se envolvem funcionários ou pessoas infiltradas nos hospitais. Sabe-se, entretanto, que uma pessoa, que se passava por médico, entrava em contato por telefone diretamente com o quarto em que a pessoa estava internada, para convencê-la a "comprar" um medicamento.
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Ao falar com os pacientes, o falso médico, segundo o delegado, dizia que tinha medicamentos a preços mais baixos e, para que a pessoa adquirisse, teria que realizar um depósito em uma conta bancária. Porém, após o depósito, o paciente ficava sem o dinheiro e não recebia os remédios que precisava. Casos semelhantes a esses aplicados em Curitiba foram registrados em Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
A reportagem entrou em contato com o Hospital Marcelino Champagnat, que informou, por meio de nota, que colabora com as investigações com a Polícia Civil e que, assim que a direção soube dos golpes, comunicou aos pacientes, médicos e demais funcionários sobre as denúncias, como forma de alerta.
O Hospital Pequeno Príncipe, por meio de assessoria de imprensa, informou que a direção ainda naõ tem conhecimento sobre esses casos. Porém, a recomendação aos pacientes é que, em casos suspeitos, informem imediatamente à direção. O Hospital, diz a assessoria, não faz cobranças externas aos pacientes, apenas na hora do fechamento da conta. O Pequeno Príncipe tem 70% dos atendimentos ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Já o Hospital Erasto Gaertner, também em nota, disse que a instituição, assim que recebeu as denúncias, na última quinta-feira (2), registrou Boletim de Ocorrências na Polícia Civil, já que o nome do hospital "foi usado indevidamente e de forma criminal". A instituição alerta aos pacientes que, assim que receberem ligações como essas, informem imediatamente à Polícia.
No Hospital Cardiológico Constantini, a informação da assessoria de imprensa é de que a diretoria não tem conhecimento de qualquer caso de golpe que tenha ocorrido com pacientes da instituição.
O Hospital Nossa Senhora das Graças informou, em nota, que assim que sou do caso - na instituição foi somente um paciente - prestou o apoio e acompanhamento necessário ao paciente. Ele foi acompanhado por membros do hospital até a Polícia Civil para prestar a queixa. Dentro da instituição, medidas de segurança foram tomadas para que a pessoa não fosse mais incomodada pelos suspeitos.
(Atualizado às 18h45 do dia 08/01/2014)