O calor, a umidade e o aumento do índice pluviométrico são responsáveis pelo surgimento de uma enorme quantidade de diferentes processos alérgicos. Os dias mais quentes do ano, com altíssimas temperaturas e chuvas constantes formam a combinação perfeita para o elevado número de pacientes com as alergias do verão, que podem ser, desde uma simples dermatite de contato, até preocupantes casos de Candidíase.
A alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma substância estranha no organismo e todos estão sujeitos a aparição desses problemas devido inúmeros fatores. Entretanto, a estação, época em que as pessoas, de uma forma geral, mais se expõe ao que pode provocar alergia, com o uso exagerado de cosméticos, além da maior exposição solar e o aumento da transpiração.
"Embora muitos não saibam, cerca de 35% da população mundial sofrem com algum tipo de alergia e, durante o verão no Brasil, esse índice é ainda maior, por conta de diversos fatores. Os processos alérgicos chegam a aumentar muito durante a época", afirma o imunologista e alergista, Dr. Marcello Bossois.
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Um paciente que apresenta quadros de processos alérgicos desvia naturalmente seu sistema imunológico para o combate das partículas alergênicas. Com isso, o alérgico passa a ter uma grande deficiência em seu sistema de defesa, ficando muito suscetível ao surgimento de infecções, inflamações e outros problemas, dentre eles a Candidíase, doença muito comum na temporada das praias.
Informações sobre este problema
A Candidíase é uma doença que pode ser causada por diversos fatores como alimentação, estresse ou até sedentarismo, no entanto um dos fatores que mais propicia o seu surgimento, é principalmente o verão, o aumento da transpiração em algumas partes do corpo. A doença caracterizada pelo crescimento exagerado de um fungo chamado Cãndida Albicans, presente no organismo de todos os mamíferos, que pode ser deflagrado a partir dos processos alérgicos.
Ao contrario do que muitos imaginam, essa doença não é contraída apenas por relação sexual e pode se manifestar em diferentes regiões do corpo, desde uma Candidíase na boca até uma Candidíase intestinal de repetição. Todos estão sujeitos a aparição da doença, mas as mulheres são as mais afetadas e cerca de 70% dos pacientes com o problema são do sexo feminino. Isso ocorre devido a alta exposição da região genital da mulher ao surgimento de fungos e bactérias, sobre tudo nessa época do ano, além das alterações hormonais mais comuns nesse sexo.
"Por esses motivos, todas as mulheres devem estar atentas aos sinais da doença que se manifestam em corrimentos de líquidos brancos ou amarelados, coceiras na região genital e desconforto durante a relação sexual", alerta Dr. Marcello.
Insetos não são bem-vindos
Outro processo alérgico de grande índice durante a estação mais quente do ano é a alergia dermatológica pela picada de insetos, uma vez que suas populações crescem muito com o calor. Eles são um dos principais vilões desses problemas, pois suas mordidas são extremamente nocivas saúde das pessoas, principalmente a aqueles que possuem alto grau de alergia.
A picada desses animais causa uma lesão denominada Prurigo Estrófilo e a pessoa que for mordida ter uma lesão arredondada com pontos avermelhados, que devido a reação inflamatória origina intensos processos alérgicos. A alergia faz surgir preocupantes feridas que coam demais, podendo gerar graves consequências à saúde dos acometidos.
"Vale ressaltar que as feridas provocadas pela picada dos mosquitos são portas de entrada para infecções por germes da pele, podendo levar a doenças como abcessos, celulites, doenças renais e, com alguma controvérsia no meio científico, a Febre Reumática. Esse é um dos fatores mais preocupantes no tratamento das alergias dermatológicas", lembra Dr. Bossois.
Pessoas de todas as idades sofrem com a picada desses insetos e todos estão sujeitos a contrair alergias dessa natureza, entretanto as crianças são as mais afetadas. Isso ocorre devido a utilização de menos roupas por parte delas, provocando assim uma exposição maior do corpo ao ambiente, além de muitos insetos terem um vôo mais baixo, o que as torna mais vulneráveis aos ataques em suas partes do corpo que estiverem descobertas. As lesões se tornam mais aparentes nas crianças devido as suas complicações serem mais comuns do que nos adultos. "As crianças não se auto policiam quando a ferida coça. Ela coça mesmo. E o coçar, leva germes de pele para dentro do organismo complicando a ferida provocada pela alergia", complementa Dr. Bossois (com Assessor de Imprensa - Projeto Social Brasil Sem Alergia).