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Quando assoprar não passa a dor

Redação Bonde
30 ago 2010 às 16:07

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- Reprodução
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Antes mesmo de saber quem éramos já conhecíamos o significado da dor. Ainda engatinhávamos, quando ela nos apanhava de surpresa, naquela batida inocente na quina da mesa de centro, ou nos pés de um móvel qualquer. Um assopro, um beijo e um carinho nos fazia esquecer essa dor, que desaparecia, mas levava consigo algumas boas lágrimas. Dos inevitáveis tropeços às quedas de bicicleta, acompanhados de joelhos roxos e cotovelos ralados, a dor nos acomete desde pequenos e nós respondemos a ela com sofrimento, seguidos de alguns "Ais" e "Uis". Não há quem não a conheça e não há quem já não tenha pensado nas melhores formas de superá-la, ou evitá-la a todo custo.

Mas, afinal, como medir a dor? Sabe-se que alguns estímulos que suscitam uma dor intolerável em um indivíduo, podem ser facilmente suportados em outro. A dor é, portanto, uma experiência essencialmente individual, que varia de pessoa para pessoa e envolve outros fatores, que não o estímulo em si, mas a experiência pessoal, a aprendizagem cultural e o significado atribuído à situação. O que se sabe é que não há ser humano insensível à dor – seja ela física ou emocional - e, por isso, é importante que ela seja sempre sanada.

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Ao realizar uma cirurgia um dos maiores medos dos pacientes é o de sentir dor. E não é por menos: procedimentos cirúrgicos de grande porte têm como consequência inevitável uma dor muito intensa. Apesar de existirem medicações potentes, como a morfina e seus derivados, que aplacam essa dor, alguns pacientes e médicos ainda têm receios em utilizá-las. Segundo o anestesiologista e especialista em dor, Dr. Ayrton de Andrade Jr, do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, "quando se fala em morfina, o paciente se assusta, pois associa o seu uso a problemas graves, contudo, trata-se de uma medicação extremamente eficaz, que tem mínimos efeitos colaterais e traz poucos prejuízos ao paciente", afirma. "Ao contrário dos países mais desenvolvidos, ainda é pequeno o uso de morfina nos países em desenvolvimento, como o Brasil. Mas, a luta é para que ela seja cada vez mais utilizada, pois seus benefícios são inúmeros, principalmente no combate à dor do paciente, nos dias seguintes a uma cirurgia ou durante o tratamento de câncer (dores oncológicas)", afirma Andrade Jr.

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O Hospital Santa Cruz entende que é um direito do paciente não sentir dor, ou tê-la amenizada, sempre que possível. Por isso, instituiu o Serviço de Tratamento da Dor Pós-Operatória, que é composto por médicos anestesiologistas e enfermeiros que acompanham diariamente o paciente, cuidando e prescrevendo os analgésicos adequados, para que a dor após a cirurgia seja a mínima possível. Para Andrade Jr., "o paciente que sente menos dor pode respirar melhor, levantar do leito mais precocemente e ter menos complicações pós-operatórias. Além disso, o alívio da dor proporciona uma recuperação mais rápida, de melhor qualidade e com menos sofrimento", afirma.

Segundo o especialista, é comum ver que alguns médicos preferem não tratar a dor dos pacientes recém operados, levando em conta que ela é aguda e permanece durante um período limitado de tempo. "Os pacientes não precisam conviver com a dor e, se há meios poderosos para tratá-la, eles devem ser utilizados. Existe um mito de que a morfina pode viciar, mas está provado que, quando utilizada corretamente, com o auxílio profissional, as chances de vício são de 0,03%, ou seja, praticamente nulas", garante Andrade Jr. Ele alerta para um dado: "quando os pacientes são subtratados no pós-operatório, podem sofrer com dor crônica posteriormente, isto é, uma dor que persiste durante meses", esclarece.

Como a dor varia entre os pacientes, existem novos recursos tecnológicos que tornam o seu tratamento cada vez mais individualizado. É o caso da Bomba de PCA (Pacient Controlled Analgesia, ou Analgesia Controlada pelo Paciente), um equipamento que permite ao indivíduo autoadministrar o seu medicamento. Quando a intensidade da sua dor aumenta, o paciente aciona o aparelho para receber uma quantidade de analgésico em seu organismo, sendo que a dose e o intervalo de tempo são pré-programados pelo médico. "Em Curitiba, o Hospital Santa Cruz é um dos poucos hospitais que possui este aparelho, que personaliza o tratamento da dor, dando mais conforto e independência ao paciente", garante Andrade Jr. Outras formas de aplacar a dor consistem no bloqueio anestésico, que pode ser peridural, com solução analgésica via cateter, inserido próximo à coluna, e endovenosa, com a aplicação de morfina e seus derivados, através das veias do paciente (com Lide Multimídia - Assessoria de Imprensa).


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