O tratamento com antirretrovirais avançou muito nas últimas décadas, a ponto de o HIV ser considerado uma doença crônica, semelhante à hipertensão ou diabetes. O paciente pode conviver com o vírus por muitos anos, com carga viral efetivamente indetectável, mas nada disso significa que a proteção possa ser deixada de lado, avisa o enfermeiro Edvilson Cristiano Lentine.
O protocolo de diagnóstico para pessoas que se expuseram ao risco é buscar o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) ou as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). O teste é gratuito e, na oportunidade, a pessoa também pode realizar exames de sífilis e hepatites B e C, todas infecções sexualmente transmissíveis (IST).
Todos os testes são rápidos e os resultados saem na hora, mas existem "janelas imunológicas" nas quais os vírus não são detectados. "Normalmente [e no caso específico do HIV], é de até 30 dias após a infecção, mas pode variar de acordo com o indivíduo", explica a médica da Gerência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde Fátima Tomimatsu.
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Quando a procura é por risco de exposição imediata, ocorrida há no máximo 72 horas, o paciente faz o exame e, se der negativo, recebe medicamentos para 28 dias, na chamada profilaxia pós-exposição, para evitar um possível contágio. Se a procura é para sanar uma dúvida de possível infecção ocorrida no passado, o paciente passa pelo exame e, se a sorologia for positiva, inicia o tratamento. Para o primeiro caso, também é possível recorrer ao Hospital Zona Norte.
O coquetel antirretroviral é fornecido gratuitamente e reduz a quantidade de vírus a uma quantidade indetectável – mas ele não desaparece do organismo. "A carga viral indetectável é importante para a qualidade de vida da pessoa. Mas a pessoa tem de continuar usando preservativos: seja para evitar a proliferação, seja para evitar o risco de outra doença sexualmente transmissível ou outro tipo de HIV", salienta Lentine.