Responsável pelo atendimento de toda população em Londrina, tanto da área urbana como dos distritos, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) recebe, em média, 16 mil chamadas telefônicas por mês, através do número 192.
A ligação para o Samu é gratuita, e o atendimento fica disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana. Porém, dentre essas ligações recebidas, há muitos casos de trotes ou chamados que não são casos de urgência e emergência, e isso prejudica muito o bom andamento do serviço.
Atualmente, Londrina conta com 18 ambulâncias do Samu para Suporte Básico e Avançado, mais uma unidade aeromédica, que realiza o transporte do paciente em helicóptero, e o TEC (Transporte Emergencial Centralizado), voltado aos casos de menor risco.
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Na equipe do Samu Londrina atuam os profissionais médico, enfermeiro, condutor socorrista, auxiliar de enfermagem e telefonista. A cada ocorrência o telefonista pede os dados essenciais, como queixa do paciente, endereço completo e pontos de referência. Em seguida, o médico se informa sobre a situação para analisar qual tipo de ambulância deve ser encaminhada. Em alguns casos, quando não é preciso que a equipe se desloque até o paciente, são feitas as orientações para que o próprio paciente procure uma unidade de saúde.
O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, destacou que a Prefeitura de Londrina investe cada vez mais na saúde pública, beneficiando diretamente as atividades realizadas pelo SAMU. Isso, por consequência, permite um atendimento mais rápido e eficaz para todos os londrinenses que dependem desse serviço.
"No início da atual administração, eram dois médicos disponíveis por Unidade de Pronto Atendimento, e agora estamos são oito, ou seja, mais de quarenta médicos nas portas de entrada das unidades de urgência e emergência. As ambulâncias do SAMU eram três, hoje são dezoito. Entendemos que temos que estar preparados para atender a população com cada vez mais qualidade, e é para isso que temos trabalhado”, conta Machado.
Quando a central do 192 recebe a chamada, o sistema identifica qual número está fazendo a ligação. Dentre as 160.896 ligações registradas pelos atendentes em todo o ano de 2019, quase quatro mil foram trotes. Outras 3.874 foram canceladas, e 1.492 eram por engano.
Entretanto, segundo a gerente de Urgência e Emergência em Saúde do Município, Renata Morais Alves, a estimativa do Samu Londrina é de que o número de trotes em 2019 atingiu em torno de cinco mil ligações. "Sempre que a pessoa liga para o Samu, identificamos o número e abrimos uma ocorrência. Mas no caso dos trotes é comum que a pessoa ligue repetidamente, até quatro ou cinco vezes, através do mesmo número. E mesmo atendendo cada uma das chamadas, não registramos no sistema essas ligações repetidas, por saber de antemão que são tentativas de trote. Então sabemos que esse indicador é inferior ao número real de trotes recebidos, por não apontarmos todas elas no sistema, para não perdermos tanto tempo”, detalhou.
Além dos trotes, os pedidos de atendimento para o Samu também são prejudicados quando o paciente aciona o serviço, mas não se enquadra nos casos clínicos de responsabilidade do Samu. Alguns exemplos de situações em que o Samu deve ser acionado são problemas cardiorrespiratórios, crises convulsivas ou de hipertensão, choque elétrico, queimaduras graves, trabalhos de parto em que a mãe ou o bebê estejam em risco de vida, intoxicações ou envenenamento, entre outros casos urgentes que representem risco de morte, sequela ou provoquem grave sofrimento.
O Samu não deve ser acionado se o paciente não está em risco, ou seja, apresenta sintomas como febre alta, vômito ou diarreia, dor de dente, pequenos sangramentos, sofre de dores crônicas, e demais situações que não precisam de atendimento médico urgente.
Para a gerente de Urgência e Emergência em Saúde, o uso indevido do Samu por parte da pessoa que não está em uma situação de urgência e emergência causa ainda mais transtornos do que a ligação de trote.
"Se essa pessoa exagera os sinais e sintomas que está tendo, quer uma carona para o hospital ou Pronto Atendimento, ou até mesmo considera que com o Samu vai ter um atendimento preferencial, ela está usando indevidamente esse serviço. E é algo grave, pois a equipe só vai descobrir quando chegar no local que não se trata de uma emergência, desperdiçando os recursos públicos e dificultando que um caso realmente urgente seja atendido naquele momento”, ressaltou.