A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) não usa nenhum tipo de larvicida no processo de tratamento da água. Para eliminar micro-organismos, a Sanepar aplica o cloro devido a sua alta eficiência e poder de deixar residual em toda a extensão do processo de distribuição, evitando contaminação da água após deixar as estações de tratamento da empresa.
A engenheira responsável pelos laboratórios, Eloize Motter, explica que o Ministério da Saúde recomenda a utilização de larvicidas somente em situações especiais. "Os larvicidas são usados para eliminar as larvas do mosquito Aedes aegypti em locais onde a água fica parada, como ralos, calhas e recipientes de armazenamento, entre outros. A Sanepar não o recomenda o uso de nenhum produto na água já tratada pela empresa".
O técnico químico Edvaldo Kulcheski, da Unidade de Serviço de Avaliação e Conformidades da Sanepar, lembra que para erradicar o Aedes aegypti e todos os seus possíveis criadouros é necessário adotar uma rotina com medidas simples para eliminar recipientes que possam acumular água parada.
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"Alguns minutos de vistoria são o suficiente para manter o ambiente limpo. Pratinhos com vasos de planta, lixeiras, baldes, ralos, calhas, garrafas, pneus e até brinquedos podem ser os vilões e servir de criadouros para as larvas do mosquito. Outras iniciativas de proteção individual também podem complementar a prevenção das doenças, como o uso de repelentes", comenta o técnico.
Larvicida x Zika
O Ministério da Saúde negou, em comunicado oficial no último sábado (13), qualquer associação entre o uso de larvicidas e o aumento do número de casos de microcefalia no País. O órgão informa que somente utiliza produtos recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e, mesmo assim, todos passam por um "rigoroso" processo de avaliação.
Leia a nota oficial:
"Não existe nenhum estudo epidemiológico que comprove a associação do uso de pyriproxifen e a microcefalia. O Ministério da Saúde somente utiliza larvicidas recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os produtos passam por um rigoroso processo de avaliação da World Health Organization Pesticed Evaluation Scheme (WHOPES). O pyriproxifen está entre os produtos aprovados por esse comitê e também possui certificação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que avalia a segurança do larvicida no Brasil.
Ao contrário da relação entre o vírus Zika e a microcefalia, que já teve sua confirmação atestada em exames que apontaram a presença do vírus em amostras de sangue, tecidos e no líquido amniótico, a associação entre o uso de pyriproxifen e a microcefalia não possui nenhum embasamento cientifico. É importante destacar que algumas localidades que não utilizam o pyriproxifen também tiveram casos de microcefalia notificados.
A Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS), como autoridade de saúde local, tem autonomia para utilizar o produto adquirido e distribuído pelo Ministério da Saúde ou desenvolver estratégias alternativas. Cabe ressaltar que o Ministério da Saúde somente recomenda a utilização de larvicidas em situações especiais, onde há necessidade de armazenamento de água e os depósitos não podem ser protegidos fisicamente.
É importante lembrar que para erradicar o Aedes aegypti e todos os seus possíveis criadouros, é necessária a adoção de uma rotina com medidas simples para eliminar recipientes que possam acumular água parada. Quinze minutos de vistoria são o suficiente para manter o ambiente limpo. Pratinhos com vasos de planta, lixeiras, baldes, ralos, calhas, garrafas, pneus e até brinquedos podem ser os vilões e servir de criadouros para as larvas do mosquito. Outras iniciativas de proteção individual também podem complementar a prevenção das doenças, como o uso de repelentes e inseticidas para o ambiente."