O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou na manhã desta segunda-feira (28), em Porto Alegre (RS), que solicitou ajuda a hospitais brasileiros e estrangeiros para a possibilidade de reforço na assistência aos queimados graves no incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, neste último domingo (27). O ministro informou que já entrou em contato com países como Argentina, Peru e Uruguai para possível aumento nos estoques dos bancos de pele do Brasil, inclusive para a necessidade de transplante deste tipo de órgão. O anúncio foi feito no Hospital Cristo Redentor (do Grupo Hospitalar Conceição, que compõe a rede federal de hospitais), onde o ministro visitou pacientes que apresentam um quadro mais grave de intoxicação e queimaduras e, por isso, foram transferidos para esta unidade, que é referência na assistência a queimados pelo Sistema Único de Saúde.
"Já entramos em contato com bancos de pele aqui do Brasil, como de São Paulo e Pernambuco, para a transferência de tecido de pele, porque pode ser necessário, e também para o cuidado desses pacientes, que são grandes queimados. Inclusive, se for necessário, vamos trazer pele de bancos de outros países da América Latina", informou o ministro Alexandre Padilha, que permanece em Santa Maria para a coordenação da ações de saúde na região. Dos 39 pacientes transferidos para Porto Alegre, seis estão internados no Cristo Redentor.
Durante a visita ao hospital, o ministro também reforçou a importância de que todos os sobreviventes que estavam na Boate Kiss e inalaram fumaça no momento da tragédia procurem unidades de saúde para evitar o desenvolvimento de bronquiolite ou pneumonia (complicações pulmonares). "Um alerta que o ministério faz, e que é muito comum nessas situações, é o desenvolvimento de um quadro de tosse e falta de ar, o que chamamos de pneumolite química. Este quadro costuma se desenvolver até três dias depois do acidente. Então, além de tratar bem os pacientes, queremos ter uma retaguarda de leitos de UTI na cidade", observou o ministro Alexandre Padilha.
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O Ministério da Saúde acionou dois centros de queimados de referência em Porto Alegre e a Unidade de Emergência do Grupo Hospital Conceição (GHC), além de leitos de UTI da região metropolitana (incluindo Canoas e Caxias) para a transferência de vítimas, se necessário.
PELE – Atualmente, o Brasil conta com três bancos de pele localizados em Pernambuco, São Paulo e no Rio Grande do Sul. As unidades de Pernambuco e São Paulo já estão transferindo material para o Rio Grande do Sul. O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também estão atuando para a importação de pele da Argentina, se houver necessidade.
SANGUE – Outro alerta importante diz respeito às doações de sangue. O ministro informou que não é necessário que os doadores se desloquem até a cidade de Santa Maria para realizar a doação, uma vez que elas podem ser realizadas nas cidades onde moram os voluntários. Alexandre Padilha orienta, também, que aqueles que desejarem fazer doações esperem a determinação da Defesa Civil, que deverá esclarecer o que é necessário neste momento.
FORÇA NACIONAL – Para atender as vítimas do incêndio, o Ministério da Saúde deslocou, para Santa Maria, membros da Força Nacional do SUS para a região e intensificou ações das Unidades de Suporte Avançado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), equipados com respiradores. Foram abertos 64 leitos de UTI e 36 leitos de Semi-UTIS em Porto Alegre, mobilizando hospitais da rede pública e privada. Houve, ainda, o deslocamento de um total (até este momento) de sete ambulâncias de UTI do SAMU.
EQUIPAMENTOS – Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde reforçou a quantidade de equipamentos enviados ao estado: mais 30 respiradores (totalizando 50), duas ambulâncias de UTI do SAMU (totalizando sete) e dez ventiladores (totalizando 20), além de 30 pulsoxímetros.
APOIO PSICOLÓGICO – Uma força-tarefa envolvendo os governos federal, estadual e municipal foi criada para prestar assistência psicológica para as famílias. Além do apoio prestado no Ginásio de Esportes de Santa Maria, para onde as vítimas fatais foram levadas, algumas famílias também solicitaram acompanhamento psicológico, pelos profissionais de saúde, durante os velórios e sepultamento. O atendimento está sendo definido de acordo com a demanda dos familiares. Psicólogos também acompanharão os familiares que moram em outras cidades.